segunda-feira, 23 de maio de 2016

Um domingo no Rio

Não sei se o problema é o carnaval que o povo faz sobre o Rio de Janeiro. Aquela ladainha - "cidade maravilhosa", "ai, o Rio é lindo!", "amei o Rio", e por aí vai. O lado negativo também sofre do mesmo mal: "o Rio é violento", "chuva de balas perdidas", "cuidado para não morrer, não ser sequestrada".

Para mim, nem uma coisa, nem outra. O Rio é... normal. Não morri de amores pela cidade, nem fiquei assustada com a violência. É uma cidade absolutamente normal.

Mas a culpa talvez nem seja do Rio. É que moro num paraíso chamado Natal. E aí o parâmetro para me encantar sobe muito. No Brasil, somente a Serra Gaúcha me trouxe algo diferente.

Ontem por exemplo fiz o passeio chamado Um Dia no Rio. Dica de Wallace e, principalmente, Iraciara, que até me deu o contato da agência e da guia. Ingressos e almoço inclusos. A guia, uma carioca simpática e tagarela. Fizemos o passeio com a camisa do América. Dia de clássico na Série C, já viu, né? Aonde chegávamos, erámos abordadas a respeito do América de Natal. Até um flamenguista que trabalhava no bar lá em cima no Cristo fez que questão de vir até nós para elogiar "a beleza e a presença do América de Natal". Estávamos com a camisa da Kappa. Segundo ele, um vermelho bonito, cor de sua preferência como flamenguista.

Mas voltando ao passeio, os brasileiros eram minoria na van. 2 cearenses torcedores do Ferroviário, 2 israelenses e o restante argentinos.

Às 8h30 partimos rumo ao Cristo. Domingo de manhã, talvez último dia de sol firme (o que se confirmou com as chuvas de hoje), era melhor madrugar por lá, porque o espaço é pequeno lá em cima. Aliás, ô subida desgraçada! O Cristo está a 710m do nível do mar. Mas a subida deve ter uns 10km de tanto arrodeio até a bilheteria. Mais uma vez, coitados dos meus ouvidos com a pressão.

Nem entramos na fila para ingressos. Pegamos outra van para chegarmos até a entrada das escadas. Ponto para o Rio: há escadas rolantes até lá em cima, o que é uma mão na roda para quem vai com idosos. Banheiros limpos no bar. Lá em cima, uma bela vista, gente lesa para todos os lados (há quem se deite no chão, em tempo de ser pisoteado, em busca de uma foto), e um calor desgraçado. Para completar, nos perdemos de Janaina. Estresse a mil!

Depois fomos ao Maracanã. Decepcionante. Ainda bem que havia uma estátua de Bellini na entrada com a lista de jogadores campeões com a camisa da seleção.

De lá passamos por outros locais. A minha impressão é de que o Rio é uma cidade decadente. Merecia melhor administração. Em alguns pontos à noite é escuro demais para uma cidade turística e que representa o Brasil no imaginário mundial. Os trilhos de um bonde que não passa mais há um ano continuam atrapalhando a circulação de carros. Só lembrei de Recife com aquela catinga eterna e que ninguém resolve.

O sambódromo também me decepcionou. É tão grandioso na tela da Globo! Já ao vivo...

O almoço me surpreendeu. Muito gostoso. Ponto para o Rio. Se a comida for ruim, acaba totalmente o encanto. O meu ranço com Foz de Iguaçu, Paraguai e Argentina vem daí. Só escapam as cataratas.

Depois, praias e os morros Urca, Pão de Açúcar. Nada demais nas praias. Já disse, sou do litoral, especificamente de Natal, Rio Grande do Norte. Acho que tem chover dinheiro numa praia para que eu me encante exageradamente.

Os morros têm bela visão das praias, do oceano. Mais do mesmo por aqui. O último bonde que leva ao ponto mais alto é meio apavorante. De novo, coitados dos meus ouvidos. De onde se olha, vemos a mesma coisa, praias e oceano. Só um ponto na volta teve um pôr do sol bonito, digno de foto mesmo. Umas abelhas no último morro me tiraram a paciência.

Na descida, fiquei surda de vez. Passei a ler os lábios do povo para entender o que me diziam. Triste.

Fim de um passeio extremamente cansativo. Talvez fosse melhor dividi-lo em duas manhãs. Mas pelo menos se tem uma boa ideia dos principais pontos turísticos de uma vez. Mas ainda bem que tiramos foto na Lapa à noite. No passeio, só passamos pelos Arcos.

E como havia o clássico às 19h, comemos depois do jogo nas redondezas do hotel. Região tranquila. Nada parecido com o Rio violento que pintaram.

Hoje, não bastasse ser segunda e os museus e grande parte das atrações estarem fechados, a chuva chegou. Jardim Botânico só abre à tarde. O Forte só amanhã. E o voo sai cedo! E eu criticando Natal porque alguns locais fecham no domingo... Vamos ver o que vai dar para rolar.

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