terça-feira, 24 de maio de 2016

Chuva e frio no Rio

Choveu no Rio. Muito. A previsão falava em rajadas de vento de 70 km/h no Forte de Copacabana, que fecha nas segundas.

O que fazer? Tomamos café da manhã mais tarde. Um bom café da manhã o do Hotel Savoy Othon, diga-se de passagem. Até uns sucos de limão que Janaina pede eles arrumam.

Depois fiquei no lobby do hotel escrevendo para o blog. No apartamento, só dá para conectar um aparelho por vez. Lá embaixo o céu é o limite.

Decidimos sair pelas ruas daqui. Mamãe cismou de ir a uma loja. Muita chuva para nada. Passando pela Saraiva, resolvi conferir a prateleira de Direito. Decepcionante. Muito menor do que a da Saraiva do Midway.

De lá pegamos um táxi para o Jardim Botânico. Na entrada, a funcionária nos aconselhou a comprar capas de chuva. Corríamos o risco de gripar, pois é bem frio lá dentro no clima atual. R$ 8 uma capa com o logotipo do Jardim Botânico. A raiva foi ter deixado as nossas capas mesmo no hotel. Mas o frio, o vento e a chuva já ameaçavam a minha respiração. Não tivemos escolha.

O Jardim Botânico tem sua graça. Mas o clima tirou minha paciência para conferir as informações sobre as árvores e até as exposições temporárias do local. Ao terminar, pegamos um táxi para a famosa Confeitaria Colombo no centro.

O centro do Rio está um verdadeiro inferno com as obras para a Olimpíada. Com muita paciência chegamos.

Pedimos pastel e empadas. Nada esplêndido. Decidimos tentar coxinhas. Sabor muito aquém da expectativa. Pensamos que o carro chefe de uma confeitaria devem ser os doces. Fomos de pastel de Belém. Muito sem graça. Será que nenhuma comida vale o que se cobra lá? Deu saudade do São Braz do Midway.

A decoração até compensa. Só que uma carioca se juntou a nós para implorar a um funcionário que nos levasse ao andar de cima para as famosas fotos da confeitaria. Diante da insistência, ele cedeu. No elevador, pronunciei a palavra "diferente". Pronto. A carioca adorou o sotaque. Mal sabe ela que é o sotaque carioca que nos soa engraçado.

Sobre o atendimento no local, apenas um funcionário idoso foi show de bola. Os outros pareciam muito avoados.

Fiquei preocupada com táxi. O Rio é show nesse quesito. Nunca vi tantos e em todos os lugares. Nenhum lugar do Brasil é assim. São Paulo, por exemplo, é um terror. A preocupação foi porque o inferno do centro espantou os taxistas. Mas uma funcionária da confeitaria indicou uma praça a duas esquinas e pronto: embarcamos para o hotel.

Todos os taxistas daqui usam GPS no celular, menos esse taxista do centro. Sabia o caminho de cor. Adora o povo do Nordeste e vive num forró numa feira não sei onde.

Quando disse que éramos do Rio Grande do Norte, falou sobre CRB e CSA. Expliquei que esses eram de Alagoas. Falei que éramos de Natal. Aí ele disse: "Ah, lá tem o América de Natal, o Alecrim e... como é mesmo o outro?" Rimos muito, mas não deixamos mais o coitado naquela tortura. Janaina disse que ABC era o que faltava.

Por falar em futebol, lembrei de Rita, carioca e flamenguista da gema e natalense e americana por adoção, em duas oportunidades hoje. Uma, na ida para o Jardim Botânico. Passamos pela Gávea e vimos o Flamengo. Um quarteirão todo. Mas o mais engraçado foi na volta ao hotel. Um rapaz com a camisa do Flamengo praticamente se jogou na frente do carro. Aí o taxista disse para nós: "Sai daí, urubu". Foi aquela risada.

O clima afastou qualquer ideia de voltar à Lapa. Fomos ao Botekim do Japa aqui no quarteirão. Ou quadra, como dizem os cariocas. Aliás, aqui ninguém vai ao supermercado, mas ao mercado. Em São Paulo também é assim.

Outra coisa que todo mundo sabe que existe é a velha rixa entre cariocas e paulistas. O taxista de hoje fez questão de deixar claro: "Paulista, nem fiado, nem à vista". De novo, muitas risadas.

Sobre o Botekim do Japa, ele é apertadinho, mas não se enganem: há mais sushimen e garçons do que no Takami, que é enorme, por exemplo. Ou seja, sai tudo bem rapidinho. Gostei. Não é um Takami, mas o sashimi de salmão é divino. Uma boa opção de comida japonesa.

Só volto para Natal hoje no fim do dia, mas posso, parafraseando Câmara Cascudo, afirmar uma coisa sem medo: o melhor do Rio é o carioca.

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