sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Até que surpreendeu




Pela primeira vez na vida, acompanhei um show de Paula Fernandes in loco. Não, não sou fã. Poderia até ser. Suas músicas em geral têm letras bonitas e são muito ben arranjadas. O problema para mim é a mania que a cantora de trincar os dentes em algumas (muitas) passagens. Para se ter uma ideia, até "xodade" (saudade) saiu nesse show. Talvez eu seja ranzinza demais, e acho que sou mesmo, mas não gosto de cantor com muita firula, como voz tremida, muito empolada, ou com vícios de linguagem.

No caso do show de ontem, me impressionei com a violeira Paula. É canhota, toca bem. Sentou-se num sofá quase na beira do palco e tocou e conversou com o público como se fosse uma reunião de amigos ali (na medida do possível, né? A cantora não parece lidar bem com muita gente, não). Chamou alguns para fotos. Conversou com outros. Falou sobre suas composições. Clima bom.

Chamou a minha atenção o fato do Teatro Riachuelo estar lotado, mas as pessoas não saberem cantar todas as músicas. Ou seja, nem todo mundo ali era fã mesmo dela. Aliás, a maioria passava longe disso, como eu. Mas todos foram em busca de um bom entretenimento e a cantora entregou muito  bem isso, inclusive com algumas pitadas de humor.

Para minha sorte, a música que mais tem dentes trincados (Pássaro de Fogo) foi logo a primeira, o que aliviou muito qualquer tensão minha.

Alívio para a minha tensão

Composição dela com nova roupagem

Houve um determinado momento em que ela desceu do palco e saiu pelas fileiras tirando fotos com o público. O tumulto foi tamanho, com todo mundo em pé, que aproveitei para correr para o banheiro porque não estava mais aguentando o xixi (garrafas d'água durante as aulas fizeram o efeito no ar bem geladinho do teatro).  Saí, voltei e ela ainda estava lá, à essa altura tentando manter o bom humor enquanto o povo praticamente arrancava um exemplar de seu cabelo em busca de uma foto.

Há outra coisa que detesto em shows: o tal do bis. Se fosse uma coisa natural, tipo o público pediu e o artista se sentiu à vontade para voltar, tudo bem. Mas não é assim. Os cantores guardam às vezes seus maiores sucessos para o momento em que abandonam o palco e voltam com uma massagem de ego pra lá de idiota. 

Ontem não foi assim. Primeiro, porque, neste quesito, eu venho adorando o público do Teatro Riachuelo: acabou, tchau. Não foi diferente com Paula Fernandes. Quando ela saiu e deu tchau, muita gente levantou-se para ir embora e muitos nem voltaram quando ela retornou ao palco. Segundo, porque ela voltou para cantar sem qualquer acompanhamento Like a Bridge over Troubled Water, nem de longe uma música dela. Aprovados os dois momentos.

No fim, ela se propôs a tirar foto com todos que estavam na beira do palco. Aí subiu uma criança. Depois outra. Depois outra. Então muitos adultos começaram a subir. E lá se foi Paula Fernandes apressada para o camarim com medo da galera natalense.

Alguns fãs ainda permaneceram no teatro esperando por uma foto com a cantora, dentre eles uma garota autista. Depois de muita espera, a produção avisou que ela já havia saído e providenciou a saída de todos pelo corredor do camarim. E aqui destaco dois pontos: o desaforo e a segurança.

Achei um desaforo deixar os fãs esperando daquele jeito para depois não receber ninguém. Claro que ela está no seu direito de não querer receber ninguém. Mas custava ter avisado logo para que os coitadinhos não ficassem lá esperando? Se bem que aqui cabe uma ressalva. O segurança informou logo que ela não receberia ninguém além de um pessoal de uma promoção no Instagram. Mas aí alguém pediu a uma pessoa da técnica para avisar à cantora que havia uma garota autista aguardando. A pessoa retornou dizendo que a produção pedira para aguardar. No fim, nada de Paula Fernandes.

Sobre a segurança, quando tocaram os fãs para fora do teatro, Paula Fernandes saiu pela entrada de serviço do teatro, aquela que fica na principal entrada do L3 do Midway Mall (no G5). Na hora em que a cantora saiu, não havia um carro lhe esperando. Resultado: foi a pé pelo estacionamento. Querem mais? Quando os fãs como Janaina viram que Paula ia bem na frente deles no estacionamento, correram em direção a ela para uma foto - Janaina foi uma das primeiras (ah, danadinha pra correr!). A cena foi até engraçada para mim, mas deve ter sido pavorosa para ela. 

Para piorar, naquele exato momento, o Cinemark liberou a sala que fica mais próxima daquela entrada. À medida que o povo ia saindo do cinema e via aquelas pessoas correndo atrás de uma mulher arrodeada de seguranças, mataram a charada na hora e correram também. Ou seja, Paula Fernandes ficou no meio de dois grupos correndo em sua direção. Rapidamente, os seguranças a levaram de volta para a entrada de serviço e mais eu não vi porque já estava a caminho do carro no G6.

Segundo Janaina, ela ainda pediu a um rapaz que também lhe pedira uma foto que não a apertasse. E Janaina, vendo o temor da cantora, disse-lhe que não tivesse medo porque a questão era que ela demorava a vir a Natal e as pessoas queriam apenas uma foto. Bom, pelo menos na foto com Janaina, ela sorriu. Mas que foi uma terrível falha do seu esquema de segurança, ah, foi!

O troféu de Janaina na corrida no estacionamento

No fim, terminei me divertindo com tudo.  E recomendo o show. Mas já alerto que os fãs de verdade não gostaram nada, nada, dela não ter aparecido para pelo menos tirar uma foto. Às vezes os artistas não têm a exata noção de seu alcance. Uma pena.

2 comentários:

  1. Concordo com vc! Parece voz de ventríloquo! Cantando sem abrir a nova quase. Ele tem uma Boa voz e n precisa disso. De resto sou como vc. N sou fa com a diferença q n iria a um show dela link me contento com um dvd

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  2. Concordo com vc! Parece voz de ventríloquo! Cantando sem abrir a nova quase. Ele tem uma Boa voz e n precisa disso. De resto sou como vc. N sou fa com a diferença q n iria a um show dela link me contento com um dvd

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