quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O líder de uma nação

No mar de angústias que envolve o povo brasileiro a respeito de seus representantes, é preciso lembrar que os eleitos chegam aos cargos em que se encontram porque tiveram votos para tanto. Logo, a culpa é nossa. Falei a respeito disso no Podcast: A culpa é dos outros, na sexta passada. 

E se a culpa é nossa precisamos agir para resolver o problema. Uma das formas é começar de agora a prestar atenção nos políticos e possíveis candidatos da eleição de 2018 e o que andam fazendo de bom ou ruim na vida pública. Outra: perfil para o cargo é importante. Vejam o caso dos Estados Unidos com o biruta do Donald Trump. Os americanos resolveram seguir o exemplo brasileiro do ridículo voto de protesto, quando os escolhidos só precisam aparentar serem diferentes do padrão, sem a menor preocupação com coerência, capacidade para o cargo, ou mesmo lógica das ideias. O resultado é sempre um caos maior.

A respeito disso, a cantora Madonna resumiu bem a questão quando entrevistada pela Veja (27/09/17, especificamente página 92):

"Você é opositora de Donald Trump. Podemos esperar críticas ao presidente no seu próximo disco?
Não sei. Já disse o que tinha a dizer sobre ele. E nem sei quem estará na Presidência quando meu álbum sair.

Mas a crítica política fará parte do disco?
Posso fazer comentários sobre isso nas minhas músicas, mas não será particularmente sobre uma pessoa. Os líderes mundiais estão afundando a sociedade em pensamentos insensíveis e conservadores. Com a economia em colapso, as pessoas acham que o melhor é confiar nossos governos a empresários de sucesso. Mas não é assim que as coisas funcionam. Ser o líder de uma nação exige diplomacia, experiência, capacidade intelectual. É um emprego colossal, e cada vez mais pessoas desqualificadas estão conquistando esse papel. Quero falar em minhas músicas sobre como chegamos a esse ponto. Não podemos continuar culpando nossos líderes, temos de culpar a nós mesmos. Precisamos nos envolver com o mundo e pedir pelas mudanças que queremos."

É por aí. Trazendo para o Brasil, nós criamos o problema, nós temos que tomar as rédeas da solução. E aprender a acompanhar o noticiário de política, de economia, enfim, de tudo que diga respeito ao país, inclusive de pretensos candidatos, se aprofundando em assuntos através de estudo é o melhor caminho para começarmos uma necessária limpeza a partir da próxima eleição. 

A partir daí desse interesse, passar também a se engajar em projetos populares de lei para a mudança de pontos que hoje entravam uma representação política mais ética, como o esdrúxulo foro privilegiado.

Não custa lembrar o parágrafo único do 1.º artigo da nossa Constituição: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição."

Nenhum comentário:

Postar um comentário