A FNF deve encerrar nesta quinta-feira as discussões a respeito do novo formato do campeonato estadual para a próxima temporada. Estão mantidos o rebaixamento de apenas uma equipe (neste ano, o tradicional Alecrim caiu) e a obrigatoriedade de que atletas sub-23 sejam relacionados para os jogos, embora o número tenha passado de 5 para 6.
Mesmo com menos datas, a entidade insiste num campeonato disputado em dois turnos com finais, mesmo sendo apenas um jogo final por turno e não mais com mando de campo da FNF, mas do melhor classificado.
Segundo o Globoesporte.com, o diretor de futebol do América Leonardo Bezerra defendeu os pontos corridos:
"Para o América seria a melhor forma de se disputar, até pela possibilidade de terminar muito em cima do Campeonato Brasileiro. A nossa margem de manobra de contratações ou de rescisões, caso algo venha a acontecer, é muito pequena, devido à exiguidade de tempo. Diminuindo as datas de finais de primeiro e segundo turno, nós ganharíamos com isso quase 15 dias, além de premiar a melhor campanha."
Aqui no Só Futebol? Não! já abordei o tema algumas vezes desde a divulgação do calendário da CBF, que reduziu os estaduais a 13 datas. Em Apertou, chamei atenção para o fato de que em 2017 quem menos jogou (clubes que não disputaram finais), jogou 14 vezes no estadual daqui. Ou seja, ainda que a solução seja a apontada por Leonardo Bezerra, que é a mais justa em minha modestíssima opinião porque todos jogam em todas as datas e sem zerar pontos em algum momento, o estadual levaria uma data a mais, o que pode atrapalhar especialmente as equipes que disputarão a Série C 18 (Globo confirmado e ABC a caminho), que começa exatamente 7 dias após a última data do estadual (final no dia 8 de abril e início do Brasileiro em 15 de abril).
E no Podcast: 2018 é logo ali, apontei algumas opções de formato dentre as datas possíveis, com destaque para a que me parece a mais justa possível, sempre considerando as 13 datas do calendário da CBF. O estadual teria duas fases. Na primeira, dois grupos de 4 seriam formados, de preferência separando América e ABC. Os jogos seriam disputados em ida e volta. Os dois primeiros colocados de cada grupo classificariam-se para o quadrangular do título. Os dois últimos de cada grupo passariam para o quadrangular do rebaixamento.
Na segunda fase, haveria o quadrangular do título, também com jogos em ida e volta. O primeiro colocado seria campeão; o segundo, vice; e assim todas as vagas estariam distribuídas da Copa do Brasil, da Copa do Nordeste (agora, só o campeão vai) e da Série D.
Também haveria o quadrangular do rebaixamento, com jogos em ida e volta. Neste caso, o rebaixado seria o último colocado.
Percebam que todos os participantes jogariam em todas as datas e sem aperto, já que teríamos 6 datas na primeira fase e 6 datas na segunda fase. Ou seja, 12 datas, deixando uma de sobra para eventualidades. Todos os jogos teriam praticamente o mesmo peso para as disputas, especialmente no grupo do título, uma vez que, normalmente, a briga é acirrada pelo primeiro lugar. E até o rebaixamento teria uma disputa mais emocionante.
Até um leitor anônimo deixou pronta a formação dos grupos iniciais em comentário no Podcast: 2018 é logo ali. Transcrevo agora:
"Grupo A: ABC, ASSU, Potiguar e Campeão da Segunda Divisão. Grupo B: Globo, América, Baraúnas e Santa Cruz. (...) A formação dos grupos da primeira fase é baseada no critério técnico, como se faz em competições que tem quartas e semifinal. De um lado primeiro, quarto, quinto e oitavo. Do outro segundo terceiro, sexto e sétimo. (...)"
Não vejo com bons olhos a insistência da FNF em fazer uma final a cada turno. Se é para invadir datas, que deixe o melhor e mais justo formato: pontos corridos. Se o problema é emoção, pelo menos adote um formato que não prejudique nem tecnicamente, nem financeiramente os clubes, como a aqui mencionada, que mantém todos em atividade - e com emoção - até o fim.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar, não é mesmo? Aguardemos.
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