Dizem que quando gostamos de algo, contamos a 5 pessoas; quando não gostamos, contamos a 10. Se cada empresa tivesse isso como lema, teríamos um grande avanço no tratamento dispensado ao consumidor em geral. Até já abordei superficialmente o tema por aqui tratando especificamente da importância da ação preventiva das assessorias jurídicas das empresas, coisa que tenho visto muito raramente na prática forense. Mas não é das assessorias que quero falar hoje.
Quero contar duas experiências que tive e que poderiam ser muito ruins, mas me cativaram definitivamente como consumidora. A primeira ocorreu há algumas semanas. Aproveitando um panfleto promocional da iByte, resolvi adquirir um kit de antena e conversor digital para utilizar o sinal em HD nas TVS lá de casa que não possuem decodificadores de TV por assinatura. Eu acabara de ouvir falar que o sinal HD da Globo era melhor livre do que via Cabo ou Sky. Como a promoção era boa e ainda tenho uma TV HDMI sem conversor, resolvi adquirir.
Ao chegar em casa, não houve macumba que fizesse a antena captar o tal sinal HD. Nem eu segurando a antena e realizando todo tipo de ginástica e ioga com ela. Desisti da antena e do conversor e já imaginava a perda do dinheiro, vez que o problema não era um defeito em si, mas incapacidade do sinal ser captado no Mirassol por tais equipamentos. Ao chegar à iBite, vi que meu estresse foi à toa: o técnico da loja até riu da minha descrição do problema e já me disse para escolher por que produtos gostaria de efetuar a troca enquanto ele adiantava o procedimento. Saí de lá com uma ruma de produtos ante o valor de troca, mas recebi um tratamento ainda mais gentil do que o do momento da compra. Descobri até que a loja tem uma marca própria e que presta assistência lá mesmo (comprei no Midway Mall).
A segunda experiência ocorreu na semana passada. Adquiri 4 peças de fraldinha da Friboi no Nordestão e não tive sorte com uma delas: ao chegar em casa e abrir o pacote para o devido tratamento, o mau cheiro dominou. Estava certa de que não conseguiria a troca, afinal, o produto é extremamente perecível. Mas lá fui eu ao Nordestão Cidade Jardim com a carne e a embalagem num saco. Fui muito bem atendida pela funcionária, que cordialmente me avisou que precisaria conferir os dados da embalagem e, portanto, teria que abrir o saco. Em seguida, me pediu desculpas mais uma vez e solicitou que preenchesse um formulário para troca. Chamou o representante da Friboi e me deu o crédito para compras no supermercado. Eu até comentei que estava com medo das outras peças estragarem depois de descongeladas, mas o representante disse que problemas com carnes à vácuo são identificadas logo na abertura da embalagem. Mas a funcionária fez questão de garantir que eu poderia levar as peças para troca se o problema ocorresse novamente. De fato, as outras estavam boas. Terminei adquirindo mais uma peça com o crédito.
Nas duas situações, eu fiquei absolutamente encantada com o tratamento recebido numa situação que muitas vezes é tida como problemática. Há lojas que simplesmente encaram o consumidor como um bandido desonesto, doido para dar um golpe no comércio em geral. Uma certa papelaria num shopping daqui um vez me entregou a sacola com um produto a menos. Percebi a falta somente em casa. Foi um problema receber o produto depois. A loja entregou sob protesto, quase que afirmando que eu queria uma doação. Triste. Ficou a lição de não confiar em sacola alguma recebida em lojas: agora abro e confiro imediatamente a compra.
Mas nem de longe esse é o caso do Nordestão Cidade Jardim e da iByte do Midway Mall. Em ambas, afirmo sem medo, o cliente é rei. Recomendo.
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