sábado, 15 de abril de 2017

Futebol e política

Futebol e política têm tantas semelhanças que chegam a assustar. Os dois deveriam estar intimamente ligados à razão, principalmente a política, mas ficam relegados ao sabor das paixões.

Gosta-se de uma agremiação. Assim, sem maiores explicações. Podem ser as cores. Ou o símbolo. Ou as pessoas que fazem parte dela. Pode nem ser isso. Pode ser só aversão a uma outra agremiação pelos mesmos motivos. Ou sem motivo.

"Meu clube é melhor do que o seu", "Meu partido é partido de verdade". E acumulam-se as opiniões tidas como verdades absolutas. Nem se percebe que a opinião do adversário também tem o mesmo peso. Afinal, são opiniões, não verdades. 

Em ambas, a paixão e o ódio afloram fácil, fácil. Queima-se uma bandeira aqui, uma camisa ali. Surge um xingamento aqui, outro ali. E o mundo fica entre nós e eles, sendo sempre nós o bem e eles, o mal.

Mas isto fica para as tietes. Os que ditam os rumos da política e do futebol não guardam os mesmos arroubos da massa. Se dizem algo extremista, fruto da paixão, mais à frente voltam à racionalidade quando a ocasião assim pede. E assim beijos viram tapas, tapas viram abraços, abraços viram empurrões, num eterno ir e vir.

Na política, melhor exemplo do que Lula e Collor não há. Ferrenhos adversários na eleição de 89 e no impeachment de 92, ambos andam de mãos dadas desde 2003, inclusive no impeachment do ano passado.

No futebol, nem preciso exemplificar. O discurso ou o gesto de ontem é a ressaca de hoje e o arrependimento de amanhã. 

E o que aprendemos com tudo isso? Que a massa poderia ser mais racional. Não há bem e mal. Há a verdade de hoje. E não vale a pena dar a vida por uma "verdade" fluida como o vento.

E a políticos e futebolistas em geral eu recomendo o clássico aforismo de Aristóteles: "a virtude está no meio". Essa máxima é condição sine qua non para uma vida com o mínimo de constrangimentos.

Na verdade, acho que a recomendação fica mesmo para os futebolistas. Políticos já vêm com um tipo de material no rosto que impede a aderência de qualquer tipo de vergonha.

3 comentários:

  1. Pois é Raissa... E eu que quase infarto na quinta feira, prometi, publiquei no twiter que não dava mais, enrolaria minha bandeira... E aí acordo com uma missão no sabado de manhã, comprar uma camisa do América para o meu filho de 8 anos, que tinha um aniversário com o tema futebol, onde todos deveriam estar com a camisa do seu time de coração. Na noite anterior já havia estado no shopping e ainda chateado com a contratação de Leandro Campos, ofereci a meu pequeno Cássio a camisa oficial do todo poderoso Barcelona... Sua resposta de pronto; _Pai, só gosto do América, vc não sabe disso?!!!
    Lá estava eu no sábado comprando uma camisa do America pra ele, e diante da insistência do simpático vendedor, que assim como Pedro negou Cristo,cheguei a negar a compra de uma camisa pra mim por 3 vezes... Mas não resisti! Comprei a camisa de Cássio e a minha, não vejo a hora de vesti-la... Não é que já estou gostando de Leandro Campos... Deve ser a Páscoa...

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    1. Kkkkk. É assim mesmo, Marco Antonio. E seu comentário merece uma postagem.

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