Li a respeito da peça Jacy do grupo natalense Carmin. Assisti a uma reportagem também. Estava certa de que faria uma viagem pela Natal de antigamente, numa peça dramática.
O que encontrei? A peça abusa de metalinguagem - quando os personagens falam da própria peça. Deve agradar a muita gente. Eu detesto esse recurso, normalmente muito explorado em comédias. Quebra a lógica, além de manipular o público para achar graça, embora não tenha sido essa a ideia em Jacy. Muita narração e poucas cenas de verdade.
Não bastasse isso, o texto parecia mais interessado em criar um bordão voltado para a política e até chegou a mostrar um organograma das relações familiares na política oligárquica do RN. E eu querendo ver uma viagem pela Praieira dos Meus Amores...
De bom mesmo, o talento indiscutível dos atores, a criatividade do cenário, os lampejos de algumas cenas e a atmosfera sempre legal da Casa da Ribeira.
Como peça, Jacy me foi vendida como lebre, mas não passava de gato. Já que o grupo pretende começar novo espetáculo em julho, me resta torcer para que volte aos bons textos, com atuação mesmo, não narração, e nada de organogramas sobre políticos. Afinal, já bastam as apresentações em PowerPoint da Lava Jato...
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