Está tudo lá: mortes violentas, sangue à vontade, sexo do nada, decisões nada inteligentes... A mais nova trilogia da Netflix Rua do Medo tem todos os ingredientes dos filmes de terror dos anos 80 e 90, bem dentro do estereótipo tão bem criado por filmes como Halloween, Sexta-feira 13 e Pânico.
Só que essa trilogia, que foi inspirada em uma coleção de livros de mesmo nome, resolveu ir além e contar sua estória fugindo da ridícula caixinha em que as mulheres são encaixadas.
Somos convidados a conhecer a estória de Shadyside, cidade que vive atormentada por crimes horrorosos que ocorrem de tempos em tempos. Há quem diga que tudo isso é fruto de uma maldição imposta por uma bruxa chamada Sarah Fier há mais de 300 anos.
A primeira parte da trilogia se passa em 1994 e envolve o rompimento amoroso do casal Sam e Deena, que terminou com Sam indo morar na cidade rival de Shadyside, Sunnyvale.
Apesar de todos os pesares em relação aos filmes de terror, como suas falhas grotescas de lógica, o gosto exagerado por sangue e violência e até por tentar impor a visão de que sexo é o grande culpado de tudo, Rua do Medo dá um passo além e conta uma boa estória que tem sequência em 1978 e 1666 e consegue ser antenada à realidade por que tanto se luta no Século 21.
Como não gosto muito de violência, confesso que pausei e pulei algumas cenas. Neste caso, ainda bem que filmes de terror são bem previsíveis e assim pude evitar algumas das cenas de violência que não tinham grande impacto na estória, como quando um fatiador elétrico de pão é acionado e aí a gente já sabe aonde aquilo vai dar.
Há alguns sustos, um suspense de vez em quando maior do que o esperado, mas em geral ele é mais violento e cruento do que assustador.
De longe, a melhor parte é a final, mas sem assistir as anteriores, ela perde totalmente a graça porque tudo é bem conectado.
Vale demais assistir a um filme de terror em que as mulheres não são meramente bucha de canhão.
P.S.: se não gosta muito de ver as cenas de violência e pretende pular algumas, evite assistir aos resumos que as partes 2 (1978) e 3 (1666) apresentam.
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