segunda-feira, 6 de junho de 2016

O medo de perder...

...tira a vontade de ganhar. Essa frase, acho que de Vanderlei Luxemburgo, ficou martelando na minha cabeça durante o jogo América 0x3 Fortaleza. Era certo que o América entraria precavido, mas quem chegasse à Arena sem conhecer os uniformes dos times pensaria que o líder 100% e mandante era o time de branco. O de vermelho era um visitante medroso.

Eu até gostei da forma bem compacta como o América iniciou o jogo. A marcação se dava toda na intermediária. Mas aí o negócio foi afrouxando. Obviamente que o desentrosamento da equipe contribuiu para isso. Pior: o time não puxava um só contra-ataque. Só um milagre faria a casa não cair ao se deixar um visitante qualificado tão à vontade, sem o menor medo de ser surpreendido.

A defesa sofre com bolas aéreas. Zé Antônio era o melhorzinho nesse quesito. Foi embora. Cléber pode ajudar, mas não está regularizado. E como Gustavo é inocente no cabeceio e na hora de cobrir um contra-ataque! Todo mundo passa por ele.

Não gostei da demora de Sérgio China para perceber que Bruno Formigoni não estava no jogo. Poderia ter resolvido esse problema ainda no primeiro tempo, quando o time ainda tinha fôlego.

No segundo tempo, o time lutou. Mas foi uma luta desigual: lutou contra o seu desentrosamento, contra o seu desgaste por estar perdendo em casa e contra um adversário entrosado e que sabe contra-atacar. Mas lutou e isso é o que importa por enquanto.

Detalhe é que Raphael Toledo e Thiago Potiguar não podem jogar juntos pela esquerda. Esbarram-se o tempo todo. Aliás, Raphael não se dá bem na lateral esquerda; é mais eficiente pelo meio.

Perder não é o fim do mundo. Jogar como jogou no primeiro tempo sim. Não é da tradição do América não se impor dentro de casa. Se encolher vencendo, tudo bem, especialmente quando ainda se busca entrosamento. Mas jogar acovardado com 0x0 é abusar dessa boa sinergia que volta a acontecer entre torcida e time.

Que a lição entre para o bloquinho de anotações de Sérgio China e que a diretoria também tenha visto a necessidade de 2 laterais esquerdos (os dois da direita parecem tiros certos), 2 volantes e pelo menos um meia, para se revezar com Elias e Raphael Toledo.

Fica o lamento de saber que a vitória fora de casa foi desperdiçada com uma derrota dentro de casa. Mas o América segue na zona de classificação. E tem pela frente um adversário que Sérgio China conhece profundamente. Que o Salgueiro pague o pato!

P.S.: a torcida deu mostras de que vai atendendo ao chamado para empurrar o clube de volta à Série B. Dia inteiro de chuva e mais de 6 mil pessoas numa segunda à noite, mesmo com transmissão da TV. Bom sinal.

4 comentários:

  1. Como sempre, perfeito o seu comentário, mas acrescentaria algo. Claro que há toda uma subjetividade, mas acho que o individualismo do Reis e do Tiago Potiguar passa do limite. Já sofremos revezes históricos por conta de jogadores que pensam jogar muito mais do que jogam na realidade. Nosso treinador hoje demorou demais pra corrigir um erro que todo mundo via: a avenida pelo nosso lado esquerdo. Impressionante. Você está certa quando fala que a competição é longa. Fato. Entretanto, uma derrota como a de hoje precisa ser muito bem administrada para não atrapalhar um trabalho que está começando e que apresenta uma gradativa evolução. Agora é impossível negar que foi uma ducha de água fria.
    ADAIL PIRES

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  2. Obrigada, Adail. Você fez observações importantes.

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  3. Que essa derrota não espante o torcedor.

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  4. Sérgio China demorou para ler o jogo como disse o Adail Pires. No primeiro tempo poderia ter corrigido isto, todos os ataques do Fortaleza eram pela ponta direita. Nossos zagueiros são muito fracos, precisamos contratar mais dois, pois Cléber é muito pesadão e no tempo dele sempre o Mecão tomava gols. Precisamos de mais dois zagueiros bons, um volante, dois alas esquerdos, um meia e um atacante de beirada. O ideal seria o Diá como técnico, mas Sérgio China tem condições de corrigir estes erros.

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