domingo, 26 de junho de 2016

Diá de volta ao América

Eram favas contadas. Pelo tempo que o América esperou por ele entre abril e maio e com seu repentino pedido de demissão na última segunda-feira, todo mundo já sabia que Francisco Diá voltaria para o Orgulho do RN. Pena que foi preciso o clube perder dois pontos dentro de casa e mais uma semana de trabalho para enfim fazer o anúncio.

Esta será a quarta passagem de Diá pelo América. De longe, a mais vitoriosa foi em 2009, quando levou um time em frangalhos e que estava em 19.° lugar à improvável permanência na Série B.

Em 2010, Diá, depois de ir para o Mogi Mirim, voltou ao América. Não vou me lembrar o número pequeníssimo de partidas em que ele dirigiu o time rubro, mas o que é ruim fica marcado. A perda do título do 1.° turno do estadual para o Coríntians-RN com aquela história de não seguir no ônibus da delegação, mas num carro à parte ninguém engoliu. E depois o vexame contra o São José-AP, sendo o América eliminado por uma equipe quase amadora em pleno Machadão.

Em 2011, Diá mais uma vez assumiu o América, dessa vez durante a montagem do elenco para a Série C. Mas a pressão do que ocorrerá em 2010 e a goleada sofrida (5x0, salvo engano) para o Santa Cruz-PE, então na Série D, lá no Nazarenão derrubou o treinador ainda na fase de preparação da equipe

De lá para cá, a cada demissão de técnico no América, seu nome surgia como possível contratado. E neste ano, com o belo início de temporada do Campinense (Série D), tanto no estadual, na Copa do Brasil, como na Copa do Nordeste, a torcida americana parece que foi esquecendo a birra com o técnico e começando a aceitar melhor seu nome.

De minha parte, sempre reconheci em Diá um olho clínico para jogadores. Consegue achar talento onde ninguém mais vê. Como treinador, o Campinense talvez seja a maior prova de sua evolução. Até onde ele evoluiu nós vamos descobrir a partir de amanhã.

Não será nada fácil. Diá pega um elenco quase que em pé de guerra com a torcida. Por sinal, parabéns a quem permitiu que torcedores invadissem o campo de treinamento para conversar com jogadores durante a semana. A ladainha dos jogadores nas entrevistas pós-jogo era uma só: "tá difícil aguentar isso aqui (vaias da torcida)", "a torcida não tem mais paciência e isso nos atrapalha", e por aí vai. Foi o que captei de Elias, Thiago Potiguar e Reis ontem, especialmente os dois primeiros.

Quanto à qualidade do elenco, posso estar enganada, mas não vejo o América com uma equipe ruim. Vejo sim um time desorganizado, que corre errado e, por isso, cansa demasiadamente no segundo tempo. Vejo paciência demais com estrelas e total impaciência com formiguinhas batalhadoras.

Não se pode negar que o caldeirão que virou o América como um todo não esteja interferindo em campo. Vamos torcer para que Diá seja mais forte do que tudo isso e, mais rápido do que imediatamente, como dizia meu saudoso avô, recoloque o América no trilho que merece: o das conquistas tidas como impossíveis, típicas do mandante temido e rei dos acessos no Brasil como sempre foi da natureza do Orgulho do RN.

3 comentários:

  1. No futebol há erros imperdoáveis e erros irreparáveis. A permanência do treinador Sérgio China na semana que terminou é um daqueles erros imperdoáveis e igualmente irreparáveis. Se Diá era o treinador dos sonhos(pra não dizer ideia fixa já que quem a tem é doido) e desde a segunda-feira passada estava fora do Campinense, por qual razão perder uma semana com um treinador que em nada deu certo no clube? Não tem como eximir o presidente Beto Santos pelo iminente fracasso (mais um) do América nesta temporada. E são erros primários e, por extensão, imperdoáveis.
    A série C é uma competição atípica onde qualquer perda de ponto dentro de casa torna-se irrecuperável. E nesse quesito o América abusou do direito de errar, de desperdiçar e isso pode custar caro. Torço, de coração, que Diá consiga justificar esse desejo quase insaciável(não é ideia fixa, já disse) do mandatário maior do América e consiga manter o time na série C. Como eu disse no início, há erros imperdoáveis, mas tais erros podem se transformar em erros irreparáveis.
    Quanto ao treinador Diá, fico imaginando o quanto de poder será dado a ele, o quanto de ilimitados poderes e exagerada moral ele terá dentro do clube que, repleto de neófitos, aceitarão todas as exigências que por ventura venham a ser feitas. Espero que ainda dê tempo para o milagre (quem diria) da permanência na série C. Se cairmos, estaremos às voltas com uma renúncia por problemas pessoais e todo o blá,blá, blá típico daqueles que, embora neguem veementemente, abandonam o barco nos momentos de fracasso. A história do América está cheia de exemplos.
    Desejo que Diá consiga fazer uma faxina nesse plantel que só cresce em quantidade com o anúncio diário de jogadores que poucos ou quase ninguém os conhecem. Perdemos oito pontos em casa e isso não se recupera mais. Agora é buscar fora de casa e acreditar que jogar em casa é uma vantagem e trazer pra junto do time essa torcida apaixonada e acostumada a ver o time realizar feitos históricos e elevar o nome do nosso Estado no cenário esportivo nacional. Demorou muito a permanência de um treinador que ano passado "foi infeliz" no jogo do qual dependíamos para nos classificarmos para a próxima fase, mas como diz o ditado popular: "antes tarde do que nunca".
    Depois de vermos o time ir para uma decisão dentro do campo do adversário com uma comissão técnica interina, tudo parece ser possível dentro do América.
    ADAIL PIRES

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  2. Isso mesmo, Adail, nada é impossível dentro do América.

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  3. Erros imperdoáveis e irreparáveis:
    - Contratação de Aluísio Guerreiro como treinador
    - Contratação dos auxiliares de Aluísio por ter "DNA americano"
    - Não contratação de substituto para Aluísio ainda no primeiro turno do estadual
    - Contratação de Macuglia, que não é vencedor e totalmente sem conhecimento do futebol nordestino
    - Manutenção de Macuglia por muito tempo mesmo após sequencia de resultados horríveis, perca da Copa do Brasil e Copa do Nordeste para times inexpressivos
    - Não contratação de técnico para substituir Macuglia bem antes da final do estadual
    - Decidir o campeonato sem técnico
    - Perder nosso tri estadual de maneira bisonha por causa de todos esse erros infantis e continuados
    - Demora na contratação de reforços de verdade: jogadores vencedores, mesmo de nossa região nordestina
    - Demora na contratação de Diá durante a série C.

    Sei que Diá não fará milagres e talvez lute pela nossa manutenção na série C, porque o ideal teria sido sua contratação anterior para indicação de bons jogadores, como também uma comissão técnico de verdade para auxiliá-lo.
    - Para mim, Beto Santos já está marcado como pior presidente de nossa história, pior do que o tal do Gustavo de Carvalho. Espero que BS cale a minha boca conquistando o acesso, mas mesmo assim estará entre os piores.
    Adriano

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