367 votos (25 a mais que os 342 necessários regimentalmente) aprovaram o parecer da Comissão Especial do Impeachment, favorável à admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Roussef pelas famosas pedaladas fiscais - operações de empréstimo e abertura de créditos orçamentários sem autorização do Poder Legislativo, em afronta à Constituição Federal, constituindo crime de responsabilidade nos termos da própria Constituição.
Independentemente do (inegável) embasamento jurídico, o processo de impeachment, por sua própria natureza, não perdoa presidentes que perderam a legitimidade, por terem contra si a maior parte da população, o que influencia enormente a decisão dos parlamentares, que morrem de medo do povo nas ruas.
A queda de Dilma começou a se desenhar já na eleição de 2014, quando a presidente candidata pintou um Brasil inexistente, com orçamento público equilibrado, inflação controlada, e, poucos dias após a eleição, já teve que lidar com a dura realidade de um país quebrado. A adoção de medidas que eram cantadas como próprias do candidato oposicionista quebrou o encanto. E Dilma hoje enfrenta a rejeição de 7 em cada 10 brasileiros, mesma proporção da votação que a transformou em ré no impeachment.
Imaginar que um país possa sobreviver a um crise com seu mandatário maior, mesmo tendo o poder da caneta, não conseguindo amealhar nem 140 votos dentre os 513 deputados é querer encaixar um quadrado num círculo. Foge à qualquer lógica e só encontra justifica no apego pelo poder, típico de políticos, não de estadistas.
A queda de Dilma era só uma questão de tempo. Agora é questão de dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário