segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Sobre o esquema

Tenho visto muita gente questionar o 4-3-3 que Luizinho Lopes adotou no América pelos mais variados motivos, mas, neste caso, acho a crítica injusta. E olha que sou fã incondicional do 4-4-2, que tende a ser mesmo preterido com os laterais do futebol brasileiro, que ou não sabem marcar, ou não são nada eficientes nos cruzamentos.

É aquela coisa: o futebol evolui, evolui, para voltar ao que era antes, até os anos 80, quando existiam os pontas.

Além dos laterais muito limitados, o camisa 10 tradicional sumiu. E a culpa é da melhora dos volantes. Todo mundo hoje tem que marcar. Quando alguém tem um pouco mais de habilidade pelo meio, recua-se o jogador para que seja um volante qualificado. E os olhos dos empresários crescem logo que veem o tal volante "diferenciado". Já o volante brucutu chamado cabeça de área, como Dunga para os mais antigos e Ricardo Baiano para os mais novos, que só marca, esse praticamente morreu no futebol moderno.

Hoje são os atacantes de beirada - os antigos pontas - os responsáveis pela chegada ao ataque e até por cruzamentos. Nesse ponto, acho o América bastante equilibrado.

A grande discussão está na necessidade ou não de mais um volante, e isso independe de termos um 4-3-3 ou 4-4-2.  

Para ser sincera, já vi 4 partidas do América neste ano e acho que um segundo volante só fez falta mesmo nesse jogo contra o Potiguar, por tudo que já apontei em Frustrante. Se continuará fazendo falta nos próximos jogos, aí não tenho como dizer porque não vi ainda os adversários atuando.

Se antes o América andava na conta do chá em relação a volantes e zagueiros, agora apenas os últimos andam em falta. Isso pode ajudar na escolha das peças sem que necessariamente mais um volante seja escalado. O problema de marcação nem está tanto no esquema em si, mas muito mais nas peças que o compõem, como ontem a dupla Jadson e Maurício provou. A marcação eficiente do 2.º tempo foi possível com um jogador a menos e uma mudança de planejamento das ações.

Não se pode mudar tudo por um tropeço em início de temporada, ainda mais com a situação transitória de uma dupla insegura na zaga. Certamente ficaram lições do jogo contra o Potiguar, especialmente da dificuldade que o adversário impôs ao marcar a saída de bola feita sem Alison por ali. Um novo zagueiro chegou, outro deve chegar. Se o ritmo de contratações não é o ideal, paciência. É melhor mesmo menos afobação e mais precisão.

Luizinho viu o próximo adversário vencer o ABC e sabe o caminho das pedras. Vamos ver o que dá para consertar até lá e quem também conseguirá engatilhar uma 2.ª atuação convincente até aqui.

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