Depois do tropeço do Globo, não dava para negar que o grande temor da torcida americana era o América não aproveitar a chance que lhe fora oferecida. Para felicidade geral da nação, o América enfim fez sua parte.
A equipe era em geral bem superior ao adversário, ainda que tivesse a estreia de um jogador parado há um bom tempo e outros desfalques.
Também é preciso contabilizar um jogador totalmente sem função em campo: Kaike. Não sabe jogar de costas para o adversário e nem proteger a bola com o corpo. Limitou-se a exagerar as faltas sofridas e a servir de parede em algumas saídas de bola do adversário. Gostei de Diego na lateral enquanto teve fôlego, mas a briga de Kaike é por ali mesmo.
Adenilson e Adriano Pardal arrebentaram. No gol do atacante, eu me levantei para aplaudir, mais uma vez, Adenilson. Que passe!
Jean Patrick é mesmo um motorzinho, mas hoje fez o nome do goleiro do Força e Luz ao finalizar duas vezes em cima dele em chances primorosas e iguais de gol.
Se no jogo contra o Globo faltou intensidade, contra o Força e Luz ela sobrou no 1.º tempo. Ou seja, está faltando ao América saber dosar mais seus esforços até para não chegar ao fim do jogo aos frangalhos, levando um gol leseira e oferecendo espaços para o adversário.
Gostei mais uma vez de ver o elenco rodar. Jadson esteve bem melhor na sua real posição. Anthony poderia ter entrado uns 5 minutos antes e no lugar do perdido Kaike, mas acredito que pesou a condição física de Adenilson para a troca. E Murici entrou na lateral direita, mais próximo de sua real posição, que é a ala direita. Mostrou-se consciente de que deveria marcar, apesar de ser muito fraco ainda na marcação.
Aliás, a entrada de Murici foi um tanto quanto engraçada. Na queda de Vinícius, uma galera enorme do Setor Leste começou a fazer o gesto de substituição para Luizinho e ao mesmo tempo gritar o nome de Murici. Luizinho entendeu o recado. E confesso que nem vi alguém do DM do América sinalizar a necessidade de substituição.
Na zaga, Alisson Brand vai se firmando como titular absoluto. E Adriano Alves esteve melhor do que no ano passado enquanto o cansaço não pesou.
Fora Kaike, que realmente foi um zero à esquerda, Hiltinho voltou a fazer uma partida bisonha. Vinícius mostrou alguns lampejos de vontade, mas a reação da torcida como citei bem mostra que foram apenas lampejos.
Judson é mais um que vai se firmando como titular absoluto. E Ewerton começa a se soltar mais com a camisa 1. Hoje fez duas grandes intervenções, uma delas mostrando grande capacidade de reação.
Não fosse a queda de rendimento na parte final do 2.º tempo ou mesmo as duas chances incrivelmente desperdiçadas por Jean Patrick, o América teria saído de campo com uma vitória sem grandes sustos. Mas a fase anda tão pavorosa que, mesmo vencendo o jogo por 2x0, uma boa parte da torcida achou por bem vaiar a equipe no intervalo. Ou seja, vencer nem resolve mais a ira da torcida.
De minha parte, comemoro o resultado e, como venho dizendo, o fato de que, mais do que colocar o time em busca da final, ele permite mais tempo e um pequena dose a mais de confiança para que os ajustes necessários ocorram.
Um detalhezinho curioso é que o América vem sofrendo nos jogos à tarde e se recuperando nos jogos à noite. O calor estaria afetando ainda mais a condição física de um time que não dosa bem o quanto corre e recheado de veteranos? Ou o tempo de recuperação lhe é mais favorável de domingo a quinta (3 dias inteiros) do que de quinta a domingo (2 dias inteiros)?
De todo jeito, o América só volta a campo na quarta-feira (à noite) no Distrito Federal pela Copa do Brasil. E daí somente no domingo seguinte (à tarde) define sua vida no 1.º turno do estadual.
Além desse detalhe, é bom Luizinho Lopes abrir o olho para outra coisa. Um velho sinal de alerta no América é o DM começar a receber muitos jogadores. E já são 3 jogadores lá desde o jogo anterior: Alison, Marquinhos e Max. Rodar o elenco, com um olhar mais generoso até para a base, como foi feito hoje, pode ser um bom antídoto. Os meninos andam loucos para mostrar serviço. Basta ver que o cansaço não pesou para Judson em nenhum momento do jogo.
No mais, é comemorar uma semana de preparação com um tiquinho a menos de pressão. Quem sabe uma classificação inédita para a próxima fase neste formato da Copa do Brasil não vira o elixir que resolverá todos os problemas que parecem insolúveis no América? Viria bem a calhar.
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