terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Simplicidade

Acho que esse é o segredo da felicidade. Se aplicarmos o conceito de simplicidade a todos os aspectos da vida, veremos que, de fato, simplicidade é luxo, como sempre se advogou na linguagem.

Lembro que, na minha infância, meu pai gostava de colecionar aforismos, aquelas pequenas lições de vida cheias de sabedoria ou apenas bregas mesmo. Mas o que é a vida sem uma breguice, não é mesmo?

Um exemplo de frase brega era "Quando eu não mais existir, procure-me nas estrelas e verás que sou uma delas a te desejar boa noite". Brega, mas fofa. Reconfortante para quem lida com uma ausência. 

O melhor exemplo do outro tipo de aforismo - o ligado à sabedoria - é este: "Felicidade não é ter tudo aquilo que se quer, mas gostar de tudo aquilo que se tem". Pronto. Eis uma lição de simplicidade e, por tabela, de felicidade.

Gostamos de tudo que temos? Se aparentemente isso envolve apenas bens materiais, um pouco mais de profundidade passa a englobar outras coisas. Gostamos da nossa família, dos nossos amigos, do nosso lar? Da natureza que nos rodeia? Da paisagem a que estamos expostos diariamente? Valorizamos tudo isso a contento?

O que me parece é que há uma luta incessante para preencher vazios existenciais com puro consumismo. Passado o entusiasmo imediato da compra, uma nova frustração impele a buscar nova aquisição. De compra em compra, a frustração aumenta, como um vício entorpecente.

A virada do ano é sempre grande oportunidade  para repensar essa estrutura psicologicamente depressora. No entanto, isso só se torna suficientemente claro quando uma experiência de quase morte, ou algo com tal potencial, se apresenta. Por que não enxergar a simplicidade como chave para tudo sem que tais aterrorizantes experiências sejam necessárias? 

2019 acabou de começar. Hoje é o seu oitavo dia. Prestemos mais atenção nas coisas simples que estão à nossa volta. A felicidade é complexamente simples. Simples assim.

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