Primeiro reflexo da desorganização administrativa dos clubes brasileiros de futebol é a transferência de responsabilidades. Contrata-se um treinador e se o barco começar a fazer água, o primeiro a ser descartado é esse pobre coitado.
Que tipo de resultado pode advir de um trabalho que tem que dar os melhores frutos possíveis no menor espaço de tempo - às vezes 3, 4 jogos?
Coincidência ou não, os dois únicos clubes do Potiguar 17 que não trocaram de técnico ainda (sim, a transitoriedade não pode ser desprezada nem mesmo entre ganhadores) foram ABC e Globo, os dois de melhor campanha geral até aqui.
O Potiguar de Mossoró, por exemplo, já vai na 3.ª troca - 1.ª delas ocorrida ainda nos amistosos, apesar de a equipe não registrar derrotas até então. O Alecrim vem logo atrás, com 2 demissões.
E quando as demissões pioram as coisas, de quem é a culpa? Vejam-se os casos de América e Baraúnas.
Enquanto isso, o futebol do RN vai ficando tão pequenininho, quase minúsculo... Basta conferir a quantidade de pessoas que têm comparecido para ver as partidas deste estadual.
Não é possível seguir numa batida dessa em que um técnico não aguenta nem um ano comandando uma equipe. Não haverá evolução nunca desse jeito. E também não há orçamento de clube que aguente o rojão de rescisões e novas contratações que vão e vêm ao sabor dos ventos. Mas quem se incomoda? Bom mesmo é transferir responsabilidades, já que muitos torcedores embarcam na esperança de um novo rumo com um novo treinador. Assim, a ciranda nunca para. E o futebol não evolui.
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