domingo, 2 de outubro de 2016

Thiago Potiguar falou

Ao contrário da diretoria americana e do técnico Diá, o jogador Thiago Potiguar passou a semana dando entrevistas a respeito do fracasso do América em 2016. Foram várias as entrevistas. A primeira delas ainda em campo: ele chorou ao ver um pai e sua filha chorando após o rebaixamento do América. Depois, foi convidado por Camila Dantas para o seu canal no YouTube. E várias outras. Destaco agora alguns trechos da entrevista publicada neste domingo na página 4 do caderno Esportes da Tribuna do Norte. Vale a pena comprar o jornal  (R$ 3,00) para conferir a íntegra da entrevista. Seguem alguns trechos exatamente como foram escritos:

"A excessiva troca de treinadores no ano atrapalhou no planejamento?
Atrapalha sem dúvida. O presidente sabe onde errou. É complicado o treinador perder três partidas, ser mandado embora  trazer outro técnico. Quando chega, muda jogador, uns ficam chateados, outros são mandados embora e contrata mais atleta. Isso atrapalha demais. E quando um jogador é mandado embora, quem fica, sente a saída do amigo.  O que influenciou bastante foi a mudança do treinador, de jogadores. Tem atleta que não tem compromisso com o clube.

Teve isso no América, de jogador não se importar com o momento do clube e só querer o dinheiro?
Teve sim e foi até o Diá que trouxe ele para o América. Veio da Paraíba e sempre entrava nas partidas. Mas nunca conseguiu mostrar em campo o que o treinador esperava. Com isso, parou de ser aproveitado e deixou de treinar, inventou uma contusão no joelho e foi jogar futebol amador. Deixou o clube e foi criticar Diá, mesmo tendo sido atleta dele em outros clubes. Nós mesmos, jogadores, tentávamos mudar o pensamento desse atleta e uma vez ele respondeu: 'treinar para quê, se estou recebendo em dia?' e isso acaba deixando você chateado. Mas não podemos fazer nada porque somos empregados do clube. Não podíamos obrigar o companheiro a correr. 

Faltou apoio da direção em alguma situação para vocês?
Faltou um pouco mais pressão da direção, um puxão de orelha, cobrar mais da gente. É difícil para uma pessoa como Beto Santos entrar em uma situação nova, sozinho. Ele assumiu o América em uma situação muito crítica financeiramente. Tiro meu chapéu para o presidente, porque pegar um clube com problemas financeiros e pagar em dia é difícil de acontecer. Ele tinha razão em ficar chateado quando via o time perder e tirar do próprio bolso para não atrasar salários. Acho que faltou mais apoio para o presidente, uma pessoa mais experiente junto com ele. Fomos para a final do Estadual sem treinador.

Vocês jogadores fizeram greve na semana antes da final?
Não existiu isso, de forma nenhuma. Por isso digo que o presidente sabe onde errou. Não tem como ir para uma final, seja de turno ou de campeonato, sem um treinador. E o ABC tinha um treinador experiente, muito conhecido e inteligente. Não coloco culpa no Moura ou na comissão técnica. Não tivemos uma postura de time na final. Sem treinador, não tem comando e o Moura não tem essa experiência e o Geninho sabe toda a malandragem do futebol. Faltou treinador e foi isso o começo dos problemas.

(...) 

Como era o convívio com Diá?
Muita gente criticou porque Diá não falava com os jogadores. Ele sempre me elogiava nas entrevistas, mas no dia a dia ele não falava comigo e isso não me incomodava. Eu queria era jogar, não queria saber se o técnico falava comigo. Queria ajudar o América. Mas, alguns jogadores ficavam chateados com isso. Cada treinador tem a sua opção e os atletas estavam recebendo em dia, então, não tinham motivos para se chatear. Isso incomodou muito, mas Diá não teve culpa.

O elenco do América ficou dividido depois das chegadas dos jogadores do Globo e Campinense?
Uns não gostaram. Para mim, ajudando o América, a tirar o time daquela situação, batia até palmas para eles. É complicado lidar com o ser humano. Os caras que chegaram ajudaram bastante, mudaram o jeito do time de jogar. Quem perde a vaga, fica chateado. Quando o Sérgio China chegou, perdi espaço, fiquei chateado, mas não briguei com o treinador. Técnico você tem que respeitar. Por isso que a troca de treinador é complicado. Muda técnico, muda jogador e alguns ficam chateados por que perdem a vaga no time, mas isso é normal.

Começar a temporada com o Aluísio Morais foi um erro da direção?
Engraçado é que ele foi um dos que mais vitórias conquistou. Acho que ele saiu porque a torcida não gostou dele. Realmente, algumas coisas dentro de campo não davam certo e isso prejudicou. Ele foi jogador e se tornou amigo dos atletas e deixou a desejar no comando, porque nós fazíamos o que queríamos dentro de campo. Mas, era uma pessoa sensacional para trabalhar. A torcida foi a culpada pela saída dele."

Tenho muito respeito por Thiago Potiguar, mas dizer que a torcida foi a culpada pela saída de Aluísio Guerreiro foi demais. Se a torcida fosse ouvida, ele nem teria vindo. O Guerreiro caiu porque a diretoria não tinha um pingo de convicção no trabalho dele. Aliás, até hoje, ninguém sabe quem foi que surgiu com tal nome para treinador de um clube que deveria lutar pelo bicampeonato estadual, por classificação na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil e pelo acesso à Série B. 

2 comentários:

  1. Achem ruim quem quiser. Quem ajudou o Mecão a cair foram os corneteiros, que a diretoria amadora e sem conhecimento foi na onda.

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  2. No América esse ano tudo deu errado. Isso acontece. Faz parte. O que não pode é permanecer no erro. A reviravolta não veio e o time caiu, literalmente.
    Roberto Fernandes deveria ter sido o treinador. Aluísio, Macuglia, China e Diá foram grandes equívocos. Apostas erradas em momentos errados.
    Resta recomeçar. Montar um time barato e eficiente como sempre conseguem Baraúnas, Santa Cruz ou Potiguar. Copiar a fórmula não faz mal a ninguém.
    Sorte para todos os americanos. Nós merecemos um pouco mais em 2017.

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