quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Vergonha alheia

Hoje tive uma das minhas piores experiências na Arena das Dunas. Nada a ver com o jogo em si. América 2x0 Estanciano não empolgou, mas também não foi uma decepção. A péssima experiência ficou por conta dos espectadores.

Os times entram em campo e é anunciada a execução do hino nacional. Sabem quantas pessoas ficam de pé? Na minha fila, só eu e Janaina. 99% dos espectadores resolveram não se levantar para o hino. Estariam eles com problemas de saúde para tamanho desrespeito? Quem sabe? Só que as bocas não foram afetadas porque gritavam, cantavam, fofocavam, porém passavam longe de guardar pelo menos silêncio durante a execução do hino do Brasil.

Passada essa vergonha, começa outra. Havia um grupo de torcedores no setor leste, especificamente na parte mais superior da ala 123, que estourou a paciência de todos os outros. Além de reclamarem o jogo inteiro, não pararam de falar besteiras um segundo sequer. E alto, para que todos os outros escutassem, como se as abobrinhas ali ditas pudessem interessar a qualquer outra pessoa de inteligência pelo menos mediana. Eu já estava a ponto de pagar uma rodada de cerveja para aquelas criaturas desde que eles tivessem o compromisso de beber até o fim sem tirar o copo da boca. E olha que eu assisto aos jogos na parte mais baixa! Insuportáveis. Mil vezes ouvir a Metralhadora do que repetir a experiência de jogo perto daquelas matracas. Uma verdadeira tortura!

Fora isso, o jogo mostrou que o América se ressente de um pouco mais de velocidade, tanto ao se defender como no ataque. Mateusinho, que dribla em velocidade e progressivamente, inflamou a partida ao entrar. Gostei do zagueiro Richardson. Fiquei procurando a ruindade de Júlio Terceiro a ponto de haver quem defenda sua aposentadoria.

Ainda sobre a torcida, não sei o que leva alguém a querer rebaixar a qualquer custo 100% do time que enverga a camisa do clube para o qual essa pessoa torce. Rômulo fez um gol, mas isso era um detalhe perto da defesa inflamada de que foi a bola que bateu em sua cabeça. Nem por um momento alguém se lembrou de que para bater na cabeça dele ali, ele tinha que estar posicionado exatamente ali, revelando oportunismo. Aliás, isso me lembra como o ser humano sofre da síndrome de que a grama do vizinho é sempre mais verde: bastou Max deixar o América para que todo mundo tivesse saudade do Homem de Pedra. Até o fim do ano passado ele não prestava para mais nada. Agora faz falta. Rômulo certamente terá seu oportunismo valorizado quando rescindir contrato. Isso já aconteceu com Daniel Costa e Roberto Fernandes, por exemplo.

No mais, é rezar para que as matraquinhas resolvam ficar em casa no domingo para comentar diretamente do sofá o grande futebol dos outros que não o América. Se a grama do vizinho é sempre mais verde, melhor para eles será assistir aos estaduais e nacionais de outras localidades. Acho que eu e todo o setor leste merecemos o sossego de escutar apenas torcida de verdade no jogo tenso de domingo.

P.S.: o time 100% ruim agora é líder do grupo B da Copa do Nordeste. Venceu por 2x0 e viu o Coruripe bater o CRB no Rei Pelé por 1x0.

2 comentários:

  1. Concordo em quase tudo. Menos na parte de (Roberto Fernandes) que você defende tanto?.
    Luis Antonio

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  2. Obrigada, Luís. A vida é assim mesmo: há gosto para tudo.

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