Em artigo na Tribuna do Norte de hoje, o arcebispo emérito de Maceió Dom Edvaldo Amaral expôs uma visão até certo ponto surpreendente, porque vinda de uma autoridade eclesiástica, acerca dos casamentos atuais.
Segundo o arcebispo, "mais de 90% dos matrimônios de famílias ricas, celebrados em nossas igrejas, no centro das grandes cidades, não têm nada do divino Sacramento do Matrimônio e, portanto, não trazem a marca canônica da indissolubilidade. As preocupações são: o vestido da noiva, os convidados da alta sociedade em trajes da moda, muitas vezes, impróprios para um ato religioso, os cerimoniários e seguranças, a música - às vezes, com grande orquestra e inadequada para um ato litúrgico - a iluminação especial, com caminhonetes de fornecimento de energia elétrica suplementar. Nada de confissão, nada de preparação espiritual, nada da Eucaristia. São os que eu chamo de 'shows matrimoniais'."
Com todo respeito, faz tempo que o casamento é mero ritual de passagem. O povo quer saber mesmo é da festa. E isso não se restringe às famílias ricas não. Só não sei se os noivos ainda aguardam algum sentido religioso da coisa, porque sinceramente a impressão passada segue em sentido oposto.
Também não vejo nada demais nisso. As religiões precisam acordar para a nova realidade que cerca seus rebanhos. Até Jesus Cristo entendeu isso, segundo o Novo Testamento, que também rompeu a lógica do Testamento anterior.
Por que, então, as igrejas não proíbem tais shows matrimoniais se eles vão de encontro ao que prega a religião que elas professam?
Simples: elas sabem bem escolher suas lutas. Afinal, cada um sabe onde o sapato (e o orçamento) lhe aperta!
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