domingo, 7 de fevereiro de 2016

Orlando - Miami - Recife - Natal

Demorei a contar sobre os últimos dias da viagem por causa do jetlag, aquela sensação esquisita de quando viajamos por diferentes fusos horários que neste caso me fez ter fome tarde da noite e dormir apenas às 2 da manhã nos primeiros dias.

Cabelo e pele já voltaram ao normal. Graças a Deus!

Bem, na última noite em Orlando, não resisti e voltei ao Naru. Dessa vez, fomos atendidas por uma equatoriana. Era muito simpática, porém um tanto quanto avoada. Reabasteceu meu copo de Sprite com água. Percebi a tempo.

Havia comentado que o salmon explosion era de virar o juízo. Confundi os pratos. O salmon explosion é muito bom, mas de virar o juízo mesmo é um uramaki de camarão com ovas de massago e cream cheese (nem sou fã de cream cheese) chamado roll number 2. 

Demos o último passeio na área da Orlando Eye e voltamos para o hotel.

Na manhã seguinte, hora do café da manhã mais cedo para dar tempo de fechar as malas e embalar em PVC as que seriam despachadas. O check-out do La Quinta ocorre às 12h, embora normalmente nos outros hotéis ocorra às 11h. Quando perguntei sobre isso à mais simpática recepcionista, ela ainda me perguntou se queríamos um late check out. Agradeci. Não era para tanto.

Prometi comprovar que sei fazer waffles. Olhem aí!




Malas embaladas, banho tomado, deixamos o La Quinta às 11h35. Passamos num posto na esquina da Sand Lake Road com a Universal Boulevard (WaWa). O galão de gasolina custava $ 1.66. Último dia de abastecimento e não me acostumei com o fato de que o tanque de gasolina fica do lado do motorista, ao contrário do Brasil. Resultado: ginástica para encher o tanque, pois a mangueira da bomba não tinha a capacidade elástica das anteriores. 

O gasto de combustível entre Miami e Orlando fica em torno de 3/4 do tanque do Corolla. Coloquei $ 10, que são suficientes para 5,88 galões, quase meio tanque. Com o que tinha, chegaria bem a Miami e teria menos prejuízo, já que paguei um tanque antecipado na locação junto a Alamo.

Coloquei no GPS Dolphin Mall. Não podia ir embora sem comer o Texas BBQ do Johnny Rockets e sem tomar o milk shake Dulce de Leche da Haagen Dazs.  195 milhas a cumprir de retas sem fim.

Mal tinha saído de Orlando, me deu uma vontade enorme de entrar em Kissimee. Não resisti. Mentira. O GPS apontava uma reta e eu me distraí conversando e não percebi que a reta era na verdade a saída para Kissimee; a curva (coisa rara por aqui) era a continuação da Florida's Turnpike. Um arrodeio de 5 milhas até voltar a Florida's Turnpike uma milha antes. Ainda aperreei Janaina perguntando se era para seguir reto de novo quando alcançamos o ponto em que saímos para Kissimee. 

Nas estradas americanas vi de tudo. Gente que dirigia a 70 mph lendo, filmando a estrada, falando ao celular, digitando no celular... Esse povo ziguezagueava sem constrangimento na pista. Só não se ouve buzina nem se vê corte de luz. Todo mundo pega a faixa disponível, tenha a pista duas, três, quatro, cinco ou seis faixas, e faz sua ultrapassagem. Tem hora que andam várias fileiras de carros um atrás do outro e em alta velocidade por várias milhas. Mesmo assim, ninguém se estressa.

Nessa volta, vi a polícia parando vários carros. E vi um policial com um radar móvel em ação. Valeu a pena seguir sempre o limite de velocidade.

No trecho mais perto de Miami (mais ou menos Palm Beach) o GPS indicou que deveria ficar nas faixas à direita para o pedágio, apesar de o Sun Pass ocupar as faixas centrais. O estresse de Janaina foi tão grande que entrei para as cabines de pagar pedágio. Não houve negociação com o simpático agente do pedágio: mesmo tendo o Sun Passou, tive que pagar a tarifa cheia por não ter um só recibo de onde entrei na Florida's Turnpike (não peguei recibo no abastecimento em Orlando). $ 15.40. Ele ainda me deu um panfleto para questionar a cobrança por telefone. Não tinha mais tempo para aquilo. Paguei por não seguir meu próprio conselho: não confie exclusivamente no GPS. Preste atenção nas placas e estude a geografia do local antes. Ficou a ótima experiência de conversar com o simpático e engraçado agente do pedágio.

Sem mais estresse (que estresse?), mais uma hora de viagem e nós chegamos ao Dolphin Mall. Como vínhamos de Orlando, chegamos pelo outro lado. Finalmente ficamos paradas no trânsito por causa de uma travessia escolar. É lindo como os americanos levam a sério o respeito aos pedestres, especialmente os escolares. 

Eram quase 16h quando chegamos ao Dolphin Mall. Ainda bem que tinha guardado o mapa do local - pude estacionar bem pertinho da entrada que me interessava (são 7!). 

Texas BBQ comido, milk shake tomado, hora de pegar o rumo do aeroporto, a apenas 9,5 milhas dali. 

Como já disse o aeroporto de Miami é enorme, gigantesco mesmo. Botei o endereço da Alamo no GPS, já que a entrada para o Car Rental Center era o que eu queria, sem perder muito tempo. A Alamo fica no 1.° piso do estacionamento, embora para quem vai alugar, seja preciso passar pelo nível 4 do aeroporto primeiro. Na entrega, não. Vamos direto ao estacionamento. Até ensinei português à funcionária que recebeu o veículo. Ela queria saber a pronúncia de "não deixar". 

Como tínhamos muitas malas, pedi a Janaina para buscar um carrinho. Algum tempo depois ela volta dizendo que não conseguiu retirar um. É que lá no início dos carrinhos (ela foi para o final), uma maquininha liberava o uso de um carrinho desde que se pagasse $5 em dinheiro ou cartão.  Encaixei as malas pequenas nas grandes e fomos sem carrinho mesmo. Daqui que eu achasse $5 na bolsa, nós já estaríamos no check in.

Pegamos o elevador para o 4.° andar. Fomos para o MIA mover - metrô que leva para a parte principal do aeroporto. Sem ele, levaríamos 20 minutos a pé. Com ele, 1 minuto. De lá, descemos para o nível 3, setor D. Descobrimos que era melhor descer para o 2 por causa das malas.

A American Airlines tem um setor inteiro do aeroporto para ela. Também... são muitos voos realizados por ela para todos os Estados Unidos e outros países. No setor internacional, ficamos no portão 37 (vai até 40 pelo menos). No 38, partia um para Paris (que chique!). Para voar American Airlines, você é obrigado a passar primeiro pelos totens de auto atendimento, nem que seja para receber um papel dizendo que precisa procurar um funcionário porque sua reserva não fora identificada (comprei pela TAM). Também não se reserva assento, mas a AA nos colocou nos mesmos lugares da ida.

Malas despachadas, hora de passar pelo raio x. É raio x mesmo. Todo o corpo passa por uma máquina. Não podemos estar de sapatos nem com dinheiro nos bolsos. Na vez anterior, quase morri nessa hora porque achei que a fila ia andar rápido e resolvi esvaziar uma garrafinha d'água nela. Quando enfim consegui passar, coisa de uma hora depois, disparei para o banheiro e cheguei a esquecer meu passaporte e o cartão de embarque lá. Dessa vez, tomei a água antes. Aguardei 40 minutos e fui ao banheiro. Só aí entrei na fila, que foi super rápida - uns 15 minutos. Mas se não tivesse adotado o novo procedimento, certamente teria demorado. É a lei de Murphy.

Na espera, um grupo de Recife tentava ensinar a um amigo americano frases para usar no carnaval de lá. "Xô, galinha" e "você é um canhão" garantiram boas risadas a todos que ouviam a conversa.

Como já disse sobre a ida, o embarque AA é muito prático. Eles chamam por grupos. Dessa vez estávamos no 4. 

Ao meu lado, sentou-se um senhor de Natal. Que coincidência! Conversamos numa boa parte da viagem. Pena que não nos apresentamos. Muito simpático.

Íamos decolar antes da hora - mais uma característica AA. Mas na hora do avião andar...pifou. Completamente apagado. Dava para ouvir o piloto mexendo nos botões da cabine (eu estava na fila 13 - número de azar para os americanos). O piloto tentou falar com os passageiros três vezes: "Ladies and gentlemen..." e nada. Até a turbina estava em completo silêncio. Isso só traz pensamento bom quando se está dentro de uma avião nos Estados Unidos.

Alguém disse "Ainda bem que foi em terra. Se fosse no ar...". Aí começaram as tentativas de ligar as turbinas. Sabem bateria indo embora e alguém tentando ligar um motor? Isso tudo sem ar condicionado, mas as luzes já haviam voltado. Nada de o motor funcionar cheio.

Eu me lembro de pensar: "Mas tinha de dar algo errado justo no final?" Eu já não sabia se preferia voar naquele avião mesmo ou ficar dependendo de uma remarcação no aeroporto.

Enfim, o motor funcionou e o avião começou a se mover vagarosamente na pista. O MIA (Miami International Airport) é muito movimentado. Entrar na fila de novo para receber autorização para decolar nos fez sair com 30 minutos de atraso. Resultado: chegamos na hora em Recife. Isso mesmo! A AA voa numa tranquilidade tão grande que normalmente chega antes do horário previsto. Como a saída atrasou, chegamos um minuto antes a Recife (a previsão era 7h36; chegamos às 7h35). Já o espaço para o passageiro...

Em Recife, uma luta para pegar as bagagens. A saudade dos EUA começa daí. Na hora de pegar as malas (muito tempo depois, mas nada como Guarulhos!), duas estavam completamente sem o invólucro de PVC. Corri logo para o balcão da AA para reclamar. A funcionária me disse que há um órgão americano que inspeciona bagagens e que provavelmente este teria sido o caso, uma vez que, quando há furto, normalmente a mala fica murcha. Se fosse inspeção, ao abrir a mala eu encontraria um papel com um aviso. Ela me deixou à vontade para fazer uma inspeção preliminar no aeroporto ou olhar em casa e ligar para a AA em caso de furto. Como eu preparara um inventário, abri as malas ali mesmo. Em cada uma, encontrei o aviso da TSA sobre a inspeção. Mesmo assim, conferi o conteúdo. Nunca havia passado por essa situação. Tudo OK. Por isso é bom ser prevenida. E também usar cadeados com o símbolo como o que aparece na imagem abaixo. Evita que tenham que ser arrombados. 

Ao sair da sala, Fabrício nos esperava. O coitado saiu 4h50 de Natal para nos buscar. De volta ao meu carrinho. Liguei o danadinho e quando fui passar a ré, nada dela encaixar. Pensei: "Meu Deus, a marcha quebrou". Um minuto depois de muito rodar e conferir o câmbio, percebi que estava apertando o freio para passar a ré, e não a embreagem. Resquícios de quem passou duas semanas dirigindo para cima e para baixo um carro automático. Ri muito.

Há uma buraqueira desgraçada na saída de Recife, em Abreu e Lima para ser mais exata. Nesse dia, resolveram tapar o buraco mãe de todos os outros. As três faixas viraram apenas uma. Levamos quase duas horas até sair daquele sufoco. É uma vergonha o estado da BR 101 em Pernambucano, especialmente em Abreu e Lima. 

Enfim chegamos em casa por volta das 13h. Sãs e salvas. Com o espírito totalmente renovado ante a completa ausência de estresse. E com muita saudade daqui e de lá. 

Espero ter ajudado a quem pretende programar sua própria viagem. Até a próxima!

2 comentários:

  1. Vale comentar que esse cadeado ai custa apenas 5 dolares na CVS?

    Felizmente na Florida quase não tem esse problema, mas buraco em DC e' só o que ha' e não ha previsão para tapar ate' March/April

    (Maldito teclado que só aceita metade dos acentos!)

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    1. KKKK. Vale demais, Isa. Pois quando eu for para DC, você dirige. :D

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