Amanhã deixo Orlando rumo a Miami para no fim da noite pegar o voo que vai para Recife. Então hoje foi tudo em ritmo de despedida. O dia começou com nevoeiro inesperado em toda a Flórida. Não dava nem para ver o outro lado da rua aqui do hotel. Mas a previsão dizia que às 10h o nevoeiro ia embora. E foi mesmo.
Não me lembro se já comentei sobre o café da manhã do La Quinta. O Hampton Inn dos arredores é fabuloso. Senti falta das sausages. Mas aqui tem waffle. E é o próprio hóspede que prepara o seu. Prometo publicar uma foto comprovando que aprendi a usar a máquina de waffle. Janaina recebeu essa missão para o café de amanhã. Fiquei tão expert que até passei a ensinar os próprios americanos. Mal sabem eles que aprendi com uma funcionária que me viu feito um pastel com a máquina apitando, sem saber o que fazer.
Também tem um muffin de blueberry para lembrar com carinho. E o café é bom, apesar de um pouco fraco. A margarina é uma delícia. Isso dito por quem normalmente tem pavor a margarina e só come a sem sal.
Depois do café, um solzinho insistente hoje me fez até fazer uma caminhada pelos arredores daqui. Dei uma esticada até o Pointe Orlando pela International Drive, mais ou menos a 1 milha do La Quinta. Tinha até gente fazendo corrida. Há um parquezinho de piratas colado ao hotel. Em seguida, descobri que a Helicopter Tours fica no caminho, por isso tantos helicópteros passam por cima do hotel. O anúncio da fachada diz que há passeios até de $20. Duvido. Na próxima, talvez crie coragem de averiguar.
Passei pelo Ice Bar. Não foi dessa vez que tive coragem de entrar num bar de gelo. Também havia um em Foz, não me lembro se no Brasil ou no Paraguai ou na Argentina. Descobri mais uma Walgreens, uma farmácia supermercado que aparece em todo lugar. Do lado do Pointe Orlando, há o Wonderworks, cuja maior atração é o prédio em si, uma casa de cabeça para baixo que aparentemente ameaça tombar na rua a qualquer momento (até barulho de que está balançando ela faz!). Fotos tiradas, voltamos pelo mesmo caminho.
Fomos mais uma vez ao Walmart, dessa vez em busca de uma luggage scale (balança para malas). Não quero arriscar nem com as malas de mão, que só podem ter 5 quilos. No Walmart há de tudo um pouco. É impossível entrar e sair de mãos vazias. Especialmente na seção de baganas. Ai, ai, ai... descobri o tal do caramelo salgado com chocolate amargo e me apaixonei.
Hoje rodamos o dia inteiro sem usar Carminha - nome do GPS segundo Janaina. Tudo é muito lógico nos EUA. Por aqui, dobra-se à direita se o sinal está fechado, mas não vem carro algum (desde que não haja placa dizendo "No turn on red"). Dobra-se à esquerda em quase 100% dos sinais das grandes vias, algumas vezes aguardando a vez, outras não. É preciso dar muita atenção à sinalização para não ficar à direita se ela for exclusiva de quem vai entrar à direita. A mesma regra vale para a esquerda. Em geral, a faixa do meio é a mais utilizada. E até o U-turn (aquele retorno completo) é feito na maioria dos sinais, desde que se dê a devida preferência para pedestres e carros da outra mão. E nos cruzamentos nada poderia ser mais simples: para-se sempre; o primeiro carro a parar é o primeiro a sair. Se você chegou ao cruzamento e já havia 3 carros parados, saiba que será o último a sair.
O almoço foi mexicano e chinês: tacos com chips & salsa primeiro e mongolian chicken com noodles depois. Tudo dividido. Apesar de muito cheias, o calor convidava a tomar um sundae no BK. Esqueci de dizer que encontramos um bêbado por lá da última vez. Seu jeito de falar era muito engraçado. Ao sair do estacionamento, demos de cara com ele tentando atravessar a International Drive, que é bem movimentada. Achei melhor diminuir para que ele atravessasse com segurança. Ficou tão feliz que até nos cumprimentou. Uma graça.
Ah, ia esquecendo de narrar o verdadeiro samba do crioulo doido que foi conversar com uma das camareiras hoje de manhã. Acho que ela era cubana. Cubanos têm um sotaque desafiador. Ela tentou nos oferecer toalhas se não quiséssemos a arrumação total do quarto. Só que ela só falava espanhol, e nós, só inglês. Eu queria saber se ela ia arrumar o quarto naquele momento ou se demorava, para que eu pudesse decidir o que ia fazer, já que pretendia realizar um inventário das malas, além da arrumação. Foi uma misturada triste. Tentei falar inglês, mas ela pediu que fosse bem devagar. Arranhei um espanhol bem rudimentar, passamos para português... Depois de muitas misturas, ela entendeu o que eu queria e me fez entender que só passaria no quarto à tarde. Ufa! Mas até que foi engraçado.
O inventário das malas levou umas duas horas e meia. Mas deu certo. Agora sei exatamente onde está tudo e ai da American Airlines se extraviar alguma mala! Ainda vou embalá-las com filme de PVC. É uma garantia contra intrusos. Passei a usar quando vi no programa de Ana Maria Braga os furtos em Guarulhos. No ano passado, vi uma reportagem da CNN mostrando o mesmo problema no MIA, com o detalhe de que a polícia filmou os larápios em ação. Passei a embalar as malas sempre.
Estou pensando em dar a última esticada na Orlando Eye. Adorei o local e talvez vá a um outro bar ou restaurante que não o nipobrasileiro Naru. Ontem soube que ele tem duas unidades em São Paulo. A de Orlando está aberta há 5 meses. Para quem gosta de volume (não é o meu caso, prefiro ir devagarinho), há um prato enorme que permite repetição do que você gostar (quase rodízio) por $25. O salmon sashimi e o salmon explosion são de virar o juízo.
Também ontem passei por outra situação engraçada. A hostess do Naru me perguntou meu nome para registrar a mesa. Ciente da enorme dificuldade que os americanos têm com o meu nome, eu lhe disse que ia logo soletrar. Quando terminei, ela pronunciou Raissa certinho. A danada era brasileira! Rimos demais da situação. Foi aí que soube que a maioria dos funcionários do Naru são brasileiros. Ao chegar à mesa, fui logo perguntando (em inglês) ao garçom quantos deles eram brasileiros, imaginando que ele também seria. Ele falou que dos que estavam ali com o público no momento só ele não era. Ainda bem que não perguntei logo em português... No fim, ele soube dizer "obrigado". Muito gentil.
Esse diário está quase no fim. Devo chegar a Natal na quinta. Se o cansaço permitir, conto como foram os dois últimos dias de viagem.
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