Com cortesias para o Moviecom próximas de vencer, corri a achar um filme que não fosse dublado na programação da semana passada. Nada. Um verdadeiro ultraje para quem gosta de apreciar o talento dos atores nos mínimos detalhes.
Passei para a segunda alternativa: um filme nacional. Como já é em português, não imagino que alguém cometa a estupidez de encobrir as vozes originais com outras na mesma língua. Para minha sorte, havia sim um filme em cartaz que não era comédia: Kardec: A história por trás do nome.
O filme relata a vida do professor francês Rivail, mais tarde conhecido como Alan Kardec, importante líder do espiritismo.
Ambientado na Paris da metade final do século XIX, o filme começa com um professor absolutamente cético em relação às religiões em geral e depois firmemente crente na comunicação com espíritos.
Apesar de um desenrolar um tanto quanto lento, ainda que dure pouco mais de 1h40, o que salta aos olhos na história é a incrível inclinação que nós, seres humanos, temos para atacar o que nos é diferente ou incompreensível, mesmo que isso possa significar a morte de outros seres humanos. Chega a ser assustador olhar para um história que se passa no século XIX e reconhecer nela muitos sinais do que vemos em pleno século XXI, quase duzentos anos depois.
O filme continua e cartaz no Moviecom e é bem didático historicamente falando, não importando saber se a audiência é espírita ou não.
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