domingo, 10 de fevereiro de 2019

Sem resistência

Não se pode nunca menosprezar uma vitória por goleada. Nunca. Não é essa a intenção do título. E nem poderia ser, visto que o ASSU teve uma chance de ouro na velha cochilada pelo meio da zaga americana logo no início do jogo e não aproveitou (foi tão rápido que nem vi o número do autor da façanha de se enrolar com a bola de frente para Ewerton).

A falta de resistência é para o futebol do ASSU mesmo. Eu já havia visto a equipe num 0x0 horroroso com o Santa Cruz. Hoje o time não mostrou a menor capacidade de resistir ao ímpeto do América, ainda que o próprio América não tenha feito uma partida de encher mesmo os olhos.

Mas o tal do Adriano Pardal está numa fase mágica. Não só jogando muito, mas com um sangue frio de artilheiro assustador. Hoje ainda mostrou que a sorte aparece para quem tem competência. No primeiro gol, a bola simplesmente lhe procurou. Apareceu ali, prontinha para ele encaminhá-la para as redes e acabar de vez com qualquer resquício de resistência do ASSU.

Achou pouco e, numa assistência de Tony, Pardal despachou mais uma encomenda para o gol do Camaleão do Vale. 

Com 2x0 o time pareceu não querer mais jogo, uma característica neste início de temporada.

Somente no 2.º tempo, depois de um bonita troca de bolas desse ataque insinuante, num erro de Hiltinho, Adenilson pegou a sobra e marcou um bonito gol. 

E Diego entrou no lugar de Hiltinho e já correu para marcar o 4.º gol. 

O time até tentou atender aos gritos da torcida de "Mais um", mas a condição física cobrou a conta.  

Agora deixem-me ressaltar algumas coisinhas. Uma delas, a torcida do América ensaiou vaiar a equipe que vencia por 3x0 por entender que ela não estava se esforçando o suficiente para conquistar o 1.º lugar no turno. Sei que a apresentação passou longe de ser vistosa, mas esse nível de exigência da torcida do América já está passando dos limites do razoável. Antigamente, o problema era perder. Depois virou empatar. Agora nem vencer por placar elástico resolve mais.

Outra coisa, quantos passes por jogo Hiltinho precisa errar ou quantos contra-ataques para o adversário ele precisa proporcionar para começar um jogo no banco? O início de temporada dele ainda não mostrou o Hiltinho que todo mundo conhece. Deve ter acertado algo em torno de 10% dos lances. Vir do banco pode ajudar nisso. Mas é bom ressaltar que, segundo o pessoal da Rádio Esportes Brasília, ele reclamou da substituição no jogo contra o Sobradinho. Não vi reclamação hoje.

Sobre Ewerton, um conselho precisa ser passado urgentemente para seu próprio bem. Hoje em 3 lances ele deixou para dar um chutão para frente com o marcador já mordendo suas canelas. Isso pode resultar num acidente ou mesmo dar espaço para um jogador mal intencionado lhe causar uma lesão grave na hora do chute. Um segundinho antes e suas pernas seguirão incólumes.

No mais, uma vitória com tantas conquistas - ainda que o desempenho seja típico de início de temporada, cheio de oscilações - é para jogar o ânimo de todo mundo lá para cima. Agora é esperar o que Moacir vai preparar nestes 10 dias, no mínimo, para a final contra o ABC, que tem sido um carrasco impiedoso do América nos últimos anos. Mas é bom lembrar que um empate lhe basta, exatamente como na conquista da vaga inédita na próxima fase da Copa do Brasil no novo formato.

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