Neste domingo, a Tribuna do Norte trouxe longa e boa entrevista com o técnico efetivado do ABC Ranielle Ribeiro. Destaco alguns trechos, exatamente como grafados na publicação, que apontam o que ele pensa sobre a preparação para o próximo ano e o receio que ele tem da crise financeira em que o ABC se meteu e da qual parece não conseguir sair:
O maior receio
"A crise financeira do clube é o que está me dando receio. Trabalho não, os jogadores que hoje tenho à disposição não, os que estou indicando as contrações também não, estes estão me recebendo da melhor maneira possível e dizem que querem trabalhar comigo no ABC, apenas a questão financeira que considero mais complicada e dá receio mais do que qualquer outra. Nem o fato de saber que o futebol é regido pela imprevisibilidade me deixa com alguma dúvida, mas estou dentro há tempo. Eu sempre acreditei na condição de vencer quando era preparador físico, não é agora, como treinador, que não vou ter confiança no trabalho. Torço para que no próximo ano não ocorra o que aconteceu aqui em 2017, ficar pior do que isso só se alguém cometer uma loucura lá dentro."
Técnicos que o influenciaram
"Muitos me influenciaram cada um de uma forma. O primeiro de todos foi Ferdinando Teixeira (...) meu pai no futebol, sou muito grato a ele. Givanildo Oliveira (...) é quem eu considero o melhor gestor de grupo que vi trabalhar (...). Geninho eu não tenho nem o que falar dele, um cara humilde, profissional sério que deixou marcado a forma como proceder com os jornalistas. (...) mas também posso citar profissionais como Roberto Fernandes, Zé Teodoro e Gilmar Dal Pozzo, que foi um espetáculo também. Não tenho como citar apenas um nome."
Expectativa para 2018
"Espero nada mais do que vimos no último ABC de 2017. Por enquanto dos 11 atletas que acabaram a participação na Série B eu só não tenho a certeza de continuar com dois deles, que ainda não renovaram os contratos e que são os casos do lateral Daniel e do atacante Matheus. A baixa é pequena, o restante continua. Então vou iniciar a temporada com nove titulares certos no grupo, atletas que terminaram a temporada de forma honrosa e que já estamos conseguindo ver o entrosamento entre eles. Esse reinício de trabalho no ABC será minimizado pelo término de 2017, quem acredita que o ABC vai iniciar a próxima temporada bem atrás dos adversários, verá que iremos iniciar bem a frente daquilo que era imaginado justamente pelo fato de o grupo ter dado liga e começado a apresentar um bom entrosamento dentro de campo."
Pré-temporada
"Se descontadas as datas festivas de dezembro, em que iremos liberar o grupo, serão contados 22 dias de trabalho. Ano passado foi da mesma forma, o ABC com pouco tempo de treinamento pegando o Globo que vinha trabalhando há dois meses e, ainda assim, estreamos com vitória. Chegamos na final do primeiro turno, infelizmente não ganhamos, ganhamos o segundo turno e fomos bicampeões. É uma questão de saber aproveitar o tempo que se dispõe, a gente já mostrou que sabe fazer isso e assim o faremos novamente. Sabemos que os adversários estão a frente em termos de preparação, agora que eles saibam aproveitar esse tempo extra. (...) Naquela época [final da Série B], eu dizia que enquanto os nossos oponentes estavam se apresentando para iniciar um trabalho, o ABC já estava em pré-temporada. É necessário se fazer o repouso com esses atletas, período que classificamos como de transição, para eles reabastecerem suas 'baterias' e, a partir de 18 de dezembro, aquele mesmo grupo que acabou a temporada estará se reencontrando. Essa parte irá facilitar o nosso trabalho."
Contratações
"Quem olhar direito para o elenco do ABC vai ver que necessitamos da contratação de um atleta para cada posição do time em campo. Assim estamos buscando nomes não apenas para reforçar o elenco, como também para brigar pela condição de titular com aqueles que ficaram e gozavam dessa posição ao final da temporada. Não existem titulares absolutos, quem não voltar como o mesmo foco e o mesmo empenho que vinha demonstrando, certamente irá perder a vaga na equipe. O trabalho de busca está difícil, mas estamos conseguindo aos poucos, não queremos atropelar pois se fizermos isso iremos errar e a condição financeira que o clube se encontra, não nos permite margem para erros."
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