Já falei no Podcast de hoje, que contou com entrevista pós-amistoso de Leandro Campos, a respeito do problema visto na forma de atacar do América no 1.º tempo, que lembrou o ineficiente time que enfrentou a Juazeirense aqui na Arena das Dunas, e que, aparentemente, foi corrigido no 2.º tempo do amistoso. Mas há outros detalhes.
A defesa não parece suficientemente sólida. Talvez por ser uma zaga totalmente nova, Diego Negretti e Tiago Sala ainda titubeiam. É preciso acrescentar o pouco tempo de atividade de Tiago Sala no ano, entre contusões e reserva no ABC e no próprio América. Tiago, ressalte-se, tem muito boa saída de bola. Entretanto, é a fragilidade de marcação nas laterais que é mais preocupante e pode até ser o que exalta mais a ausência de estabilidade da nova zaga. Guilherme e Vanvan, principalmente este, precisam, pela própria juventude/falta de experiência, de treinamentos específicos de marcação (posicionamento, hora de dar o bote, até onde acompanhar). A saída de Danilo, que sabe marcar, faz o problema saltar aos olhos porque atinge o time nos dois lados.
Na semana, já escrevi a respeito do desprezo que nutro pela marcação individual. Não me agradou ver quem estava marcando alguém na ponta acompanhar o jogador quando este fez o movimento em velocidade para o meio de campo. Vi acontecer com Cascata e Vanvan se a memória não me falha. Isso desgasta demais o marcador e abre muito espaço na defesa, vez que a cobertura vira dobra na marcação e alguém está livre no setor desguarnecido. E foi numa dobra dessas que saiu o gol do Botafogo, embora eu precise ressaltar que muita gente, até Janaina, reclamou de impedimento no lance. Eu não prestei atenção neste importante detalhe.
Voltando ao ataque, em muitos momentos, o América atacou em 4-3-3, deixando Cascata, Mateusinho e Betinho alinhados, marcando posição na frente. Sem usar Betinho como pivô, insistindo apenas com Cascata e sem ninguém tentando um lançamento em diagonal nas costas da defesa adversária, o América virou presa fácil da marcação do Botafogo e se limitou a tocar a bola de um lado para o outro, sem passar da intermediária. O Botafogo de Leston Júnior, que não é bobo, começou a marcar essa passagem da bola para o outro lado, encurralando o jogador na lateral (normalmente os próprios laterais), o que resultava ou em contra-ataque do time pessoense, ou em lateral a ser cobrado, interrompendo o ataque americano, que não passava da intermediária. Irritante à beça!
A melhora na volta do 2.º tempo foi da água para o vinho. O time descobriu que existe vida além de Cascata, passou a usar Betinho como pivô e as jogadas pelas laterais voltaram a fluir, de onde saiu um esperançoso gol de bola rolando (Jonathas, Mateusinho, Guilherme, Betinho e gol).
Pré-temporada e amistosos têm essa função mesmo: ajustar o time para a estreia. Pela postura no início do 2.º tempo, Leandro Campos entendeu a necessidade de mudar. Mas duas coisas preocupam: ele se encantar com o domínio do América, que, no 1.º tempo, foi absolutamente ilusório, posto que não ameaçou de fato o adversário, exceto em lances de escanteio e cobranças de falta, que já estão nos trinques, diga-se de passagem, e o tempo que ele leva para modificar a estrutura tática do time. É esperar que ele seja mais rápido para que não tenhamos o fantasma do péssimo jogo contra a Juazeirense a rondar a torcida sempre que pegar um time que se proponha a marcar mesmo, o que deve ser a tônica do estadual, ante a diferença de tradição do América para a maioria dos adversários. Veja-se, por exemplo, que, no estadual desse ano, o time de Felipe Surian sofreu desse mal contra o Globo lá no Barretão e as chances de chegar à final da competição foram por água abaixo contra um time que tinha um jogador a menos.
No mais, é esperar o normal: que sejam tiradas lições desse amistoso e já vejamos melhora no próximo compromisso, que será contra esse mesmo Botafogo, no dia 30, em João Pessoa, diante exclusivamente da torcida alvinegra. A torcida americana acompanhará pela TV Mecão.
A partir daí, tirando-se a pausa do fim de ano, restarão 12 dias para os últimos ajustes pensando exclusivamente na estreia contra o Força e Luz de Higor César, que gosta de marcação e contra-ataque em velocidade. Aí sim saberemos se tudo foi devidamente corrigido.
Prepare-se para se tornar repetitiva. Não haverá a tão sonhada e necessária evolução. Não é o perfil do nosso treinador. A melhora observada se deu muito mais pelo fato das mudanças efetuadas no Botafogo que - pelo que eu soube - mudou quase todo o time no segundo tempo. Pelo seu comentário e pela sua análise isenta e precisa, nenhum setor conseguiu agradar. Ou seja, o time que treina há mais de um mês, ainda apresenta dificuldades de apresentar uma jogada de progressão ao ataque , sem avanço dos laterais e uma defesa "insegura".
ResponderExcluirAgora é aguardar os adoradores do Mr. Bigode, que fala bonito e tem o carinho e confiança de alguns que por aqui escrevem. Não acredito muito em evolução e, mais uma vez, parece que estou certo. Infelizmente.
Alexandre Florêncio
Walyson no ABC e Leandro Campos no Mequinha. É tri garantido!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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