José Rocha era só alegria na cerimônia de posse de Eduardo Rocha. Não era para menos, como presidente do Conselho e até então presidente em exercício do clube, coube a ele passar o cargo para o filho. E esse foi o assunto principal de suas palavras tanto no discurso como nas entrevistas antes mesmo da cerimônia.
Filho presidente
Na vida do homem ou da mulher, quando a gente vai ficando adulto e que nos tornamos pais ou mães, é muito difícil você não se emocionar quando você vai falar dos seus filhos. Até para as mulheres a gente bota o apelido de mãe coruja. Eu conheço uma aqui que está me entrevistando. A emoção é grande. Ele já foi presidente, já deu glórias a este clube, foi quem levou para série A, foi campeão do Nordeste. Nós nunca deixamos o clube. Das vezes que nós nos afastamos um pouco, tivemos que ser convocados às carreiras. Na trajetória minha dentro deste clube, já fui presidente quatro vezes. E dessas quatro, sempre fui presidente no vexame, na crise do clube, porque o clube entra em crise, o meu nome é lembrado. E uma vez, numa crise tão grande quanto esta que nós estamos atravessando, um cidadão chegou para mim e disse: "Você é louco? Você não sabe o que o América deve?". Eu respondi: "O América deve desde a sua fundação. E quando as dívidas são contraídas, são reconhecidas e a gente tem capacidade, administra e paga." (...) Eu vou ajudá-lo diuturnamente. Não vou sair do clube, vou ajudá-lo diuturnamente. Vou transferir para ele alguma experiência, afinal de contas, é filho. Quando ele não quiser me obedecer, eu puxo a orelha. Apesar de hoje, os meninos com 8, 9 anos... que um dia desse eu fui dar um carão no neto, e ele disse: "Vovô, não pode brigar com criança." Então a coisa hoje está dessa maneira. Mas estarei aqui ajudando o América enquanto vivo eu for.
Arena América
Para começar aquele [estádio], eu tive que me indispor com alguns conselheiros e esses conselheiros me botaram um nome, que eu era um visionário. Se você for para o dicionário, vai ver o que é um visionário. É um louco, é um desajustado, é um não sei o quê, é um pensador, faz castelo de areia, essas coisas todas. Pois bem, a obra está saindo. Nós vamos inaugurar já a metade desta obra, se Deus quiser. Não posso confirmar o dia, mas vamos. Isso para mim é como... a cada dia que eu vejo aquela obra, eu que já estou, segundo os malucos, na melhor idade, que eu acho que não é, eu diminuo um dia de minha vida, mas diminuo de alegria. E nós não paramos a obra. A arrecadação sumiu. Sumiu por quê? Porque o futebol é emoção. Tivemos a má sorte de fazer uma campanha boa na D, dos maiores pontos, e tivemos um acidente de um jogo. E este jogo acabou com tudo. Mas nós estamos agora reiniciando. Vamos começar a jogar o Campeonato Estadual, a Copa do Brasil e a Série D. Ficamos com o calendário mutilado. Perdemos a Copa do Nordeste e, por pouco, não perdemos de estar até fora da Série D. Mas a nossa construção não para. E não vai parar. Só para na hora em que a gente disser "já podemos agora concluir uma parte, botar para jogar e ela própria continuar a construir". Isso é um sonho e dizem que um sonho só acaba, um sonho só é feliz quando se encontra a realidade do sonho. Essa é a realidade do meu sonho.
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