sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Um momento histórico

Não me recordo, pelo menos não nos últimos 20 anos, de uma posse de diretoria de um dos dois grandes clubes do Rio Grande do Norte que tenha contado com a presença da diretoria do outro.

Ontem, a posse de Eduardo Rocha e seu vice Eliel contou com a presença de Paulo Tarcísio e Tarcinildo Pegado, presidente e vice-presidente do ABC, numa enorme demonstração de civilidade de parte a parte e grande exemplo para os que insistem em se engalfinhar fora de campo. Ressalte-se que não houve qualquer apupo ao anúncio da presença dos dois dirigentes abecedistas, ainda que americanos mais radicais tenham ficado arrepiados com isso e também com a presença do presidente da FNF José Vanildo, conselheiro do ABC. 

Em seu discurso, José Vanildo chegou a dizer que abecedistas sentem ciúmes de sua grande amizade com o presidente do Conselho Deliberativo do América José Rocha.

A presença dos abecedistas foi destacada nos discursos dos americanos, que também exaltaram outras importantes presenças: vice-presidente da CBF Gustavo Feijó, presidente da Fenapaf Felipe Augusto, presidente do Sindicato de Atletas do Ceará e ex-atleta do América campeão do Nordeste Gaúcho, presidente de honra do Globo e prefeito de Ceará-Mirim Marconi Barretto, dirigentes do Alecrim, presidente do Botafogo-PB e presidente do Treze-PB.

Enfim, foi uma posse concorrida, num clima de congraçamento e com demonstração de força política do presidente Eduardo Rocha, que também assumirá a presidência da Liga do Nordeste.

Espero que a atitude de convidar os dirigentes abecedistas e a atitude destes em aceitar e efetivamente comparecer à solenidade sejam os primeiros passos das cabeças pensantes do futebol do RN definitivamente rumo a um tempo de rivalidade sem picuinhas, sem mesquinharias, sem puxadas de tapete, sem facadas nas costas, enfim, ético, e, principalmente, servindo de exemplo para um futebol sem violência fora das quatro linhas. Afinal, dirigentes, membros de comissão técnica e jogadores precisam compreender a nova realidade em que uma faísca aqui produz uma explosão de violência ali. Essa demonstração de civilidade de ambas as partes precisa ser o mote daqui para a frente para que o Rio Grande do Norte volte a demonstrar a força que já teve no Nordeste e no Brasil nos anos 1990 e 2000 e também as torcidas possam frequentar jogos em paz, inclusive clássicos, cujo público vem minguando ante a presença massacrante da violência.

Foi sim um momento histórico o de ontem.


Um comentário:

  1. Até porque o presidente da FNF poderia fazer o duplo papel, mas mesmo assim os dirigentes do coirmão se fizeram presentes. É mesmo um momento histórico. Um divisor de águas.
    Alexandre Florêncio

    ResponderExcluir