O mundo esportivo também tem suas barreiras ao trabalho de comando feminino. Afinal, em quantos esportes a modalidade feminina ainda é exclusiva ou majoritariamente comandada por homens? No futebol, então...
Mas surgem pequenas luzes na escuridão. Uma delas é a norte-rio-grandense Walessa Silva, técnica de futebol, que foi campeã em dois estados diferentes neste ano na modalidade feminina: RN (União Esporte) e Ceará (Atheneu).
A Tribuna de domingo (página 4 do caderno de esporte) trouxe entrevista com ela que faço questão de compartilhar (com as devidas correções) por aqui. Vale conferir o que ela fala especificamente sobre a Federação Cearense:
Desafio de ser campeã
O nosso maior desafio foi o curto espaço de tempo para que a gente pudesse trabalhar. Nós chegamos em Fortaleza com aproximadamente 40 dias para a competição ter início e nós sabíamos que iríamos ter dificuldades. E a principal com certeza foi essa, ter pouco tempo. Pouco para conhecer a equipe, para implantar um modelo de jogo e principalmente porque nós sabíamos que o Caucaia vinha embalado do Campeonato Brasileiro, onde ficou em quarto lugar. Ou seja, é a quarta melhor equipe do país hoje e era a equipe a ser batida. Por isso, mais essa dificuldade. Então, nós procuramos encontrar, na verdade, otimizar uma melhor proposta de trabalho dentro do que nós tínhamos à disposição. E por mais difícil que tenha sido, como realmente foi, pois nosso jogo contra o Caucaia nós perdemos por 3 a 1, ficou ainda mais evidente que o pouco tempo foi a grande dificuldade. (...) O nosso maior objetivo era ser campeã, pois sabíamos que o título nos colocaria na história do clube. O clube no ano passado tinha um elenco incrível e foi goleado na final. Neste ano, o elenco praticamente foi o mesmo. Nós levamos 4 atletas nossas, aqui do estado, para integrar a equipe, tendo em vista que alguma das meninas de lá haviam saído para o Sport Recife e outras para o Caucaia. Também fizemos a contratação da goleira Dida, que era a nossa atleta referência, e também de mais 2 atletas paulistas. Então o meu maior objetivo era ser campeã, entrar para a história, era mostrar que realmente nosso trabalho é sério, que merece ser olhado com respeito. Lá também acabamos revelando uma atleta, a Magna, nossa camisa 10, que vinha do sub-20. Desde o nosso primeiro momento lá, já começamos a trabalhar e investir nela e, logo no primeiro jogo, ela foi nossa titular, nossa maestra, sendo uma menina que brilhou bastante. Hoje todo o Brasil a conhece graças ao nosso trabalho em conjunto e ela atingiu todos os objetivos.
O nosso maior desafio foi o curto espaço de tempo para que a gente pudesse trabalhar. Nós chegamos em Fortaleza com aproximadamente 40 dias para a competição ter início e nós sabíamos que iríamos ter dificuldades. E a principal com certeza foi essa, ter pouco tempo. Pouco para conhecer a equipe, para implantar um modelo de jogo e principalmente porque nós sabíamos que o Caucaia vinha embalado do Campeonato Brasileiro, onde ficou em quarto lugar. Ou seja, é a quarta melhor equipe do país hoje e era a equipe a ser batida. Por isso, mais essa dificuldade. Então, nós procuramos encontrar, na verdade, otimizar uma melhor proposta de trabalho dentro do que nós tínhamos à disposição. E por mais difícil que tenha sido, como realmente foi, pois nosso jogo contra o Caucaia nós perdemos por 3 a 1, ficou ainda mais evidente que o pouco tempo foi a grande dificuldade. (...) O nosso maior objetivo era ser campeã, pois sabíamos que o título nos colocaria na história do clube. O clube no ano passado tinha um elenco incrível e foi goleado na final. Neste ano, o elenco praticamente foi o mesmo. Nós levamos 4 atletas nossas, aqui do estado, para integrar a equipe, tendo em vista que alguma das meninas de lá haviam saído para o Sport Recife e outras para o Caucaia. Também fizemos a contratação da goleira Dida, que era a nossa atleta referência, e também de mais 2 atletas paulistas. Então o meu maior objetivo era ser campeã, entrar para a história, era mostrar que realmente nosso trabalho é sério, que merece ser olhado com respeito. Lá também acabamos revelando uma atleta, a Magna, nossa camisa 10, que vinha do sub-20. Desde o nosso primeiro momento lá, já começamos a trabalhar e investir nela e, logo no primeiro jogo, ela foi nossa titular, nossa maestra, sendo uma menina que brilhou bastante. Hoje todo o Brasil a conhece graças ao nosso trabalho em conjunto e ela atingiu todos os objetivos.
2018
Nosso principal objetivo para o ano que vem é a classificação para o Campeonato Brasileiro através das seletivas. A gente sabe das dificuldades. Hoje existe uma grande possibilidade da gente vestir a camisa do São Gonçalo, devido à proposta que me foi feita, e a gente ainda não sabe como vai ficar a situação. Mas, independente disso, o maior objetivo mesmo é colocar uma das duas equipes, ou Rio Grande do Norte, ou Ceará, na elite do futebol brasileiro. Ou seja, é vencer a seletiva e conseguir esse acesso.
Nosso principal objetivo para o ano que vem é a classificação para o Campeonato Brasileiro através das seletivas. A gente sabe das dificuldades. Hoje existe uma grande possibilidade da gente vestir a camisa do São Gonçalo, devido à proposta que me foi feita, e a gente ainda não sabe como vai ficar a situação. Mas, independente disso, o maior objetivo mesmo é colocar uma das duas equipes, ou Rio Grande do Norte, ou Ceará, na elite do futebol brasileiro. Ou seja, é vencer a seletiva e conseguir esse acesso.
Futebol feminino no Ceará
A estrutura lá com certeza está muito à frente do nosso estado. Lá eles estão muito avançados, principalmente a equipe do Caucaia, que tem a prefeitura apoiando em tudo. O estádio do Caucaia é incrível, lindo, digno de realizar jogo para qualquer torcedor poder ir prestigiar. As equipes no estado do Ceará são muito bem organizadas, estruturadas. Existe um índice altíssimo de meninas de lá que fazem parte da Seleção Brasileira sub-20. E o que mais me chamou atenção foi o número de atletas de base com uma qualidade excelente técnica e tática. São meninas que hoje você vê com 16 ou 17 anos brilhando, jogando de uma forma tão brilhante como, por exemplo, a artilheira da competição, que é a Marta, da equipe do Minas Olímpica, com 11 gols, e que tem apenas 18 anos. A estrutura é incrível. Todos os jogos são transmitidos ao vivo e isso já é uma vitrine para as meninas. A Federação apoia todos os jogos, dando esse presente aos clubes para poder divulgar seu trabalho, sua marca, e isso também me chamou atenção.
A estrutura lá com certeza está muito à frente do nosso estado. Lá eles estão muito avançados, principalmente a equipe do Caucaia, que tem a prefeitura apoiando em tudo. O estádio do Caucaia é incrível, lindo, digno de realizar jogo para qualquer torcedor poder ir prestigiar. As equipes no estado do Ceará são muito bem organizadas, estruturadas. Existe um índice altíssimo de meninas de lá que fazem parte da Seleção Brasileira sub-20. E o que mais me chamou atenção foi o número de atletas de base com uma qualidade excelente técnica e tática. São meninas que hoje você vê com 16 ou 17 anos brilhando, jogando de uma forma tão brilhante como, por exemplo, a artilheira da competição, que é a Marta, da equipe do Minas Olímpica, com 11 gols, e que tem apenas 18 anos. A estrutura é incrível. Todos os jogos são transmitidos ao vivo e isso já é uma vitrine para as meninas. A Federação apoia todos os jogos, dando esse presente aos clubes para poder divulgar seu trabalho, sua marca, e isso também me chamou atenção.
Sucesso em 2017
Estou muito feliz. Dedico essa conquista a todos os potiguares, a todas as atletas do nosso estado. O futebol feminino está evoluindo e nós estamos ocupando nosso espaço. É como diz o ditado, o lugar de mulher é onde ela quiser ir e nós estamos mostrando que somos capazes.
Estou muito feliz. Dedico essa conquista a todos os potiguares, a todas as atletas do nosso estado. O futebol feminino está evoluindo e nós estamos ocupando nosso espaço. É como diz o ditado, o lugar de mulher é onde ela quiser ir e nós estamos mostrando que somos capazes.
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