quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Delação não atinge só políticos

Para quem pensa que a delação premiada só atinge políticos, uma notícia da agência Estado mostra que o instituto alcança até empresas. Bancos com sede no Brasil e no exterior estão sendo investigados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE por formação de cartel para manipulação das taxas de câmbio. Anteriormente cinco bancos com sede no exterior (Deustche Bank, Barclays, HSBC e JP Morgan) fecharam acordo com o CADE para prestarem informações sobre funcionamento do esquema e pagarem multa de R$ 181 milhões.

Os bancos envolvidos na investigação são BTG Pactual, Citibank, HSBC, BBM, BNP Paribas, Múltiplo, Itaú, Santander, ABN Amro Real, Fibra e Societé Générale, Standard, Tokyo-Mitsubishi UFJ, Credit Suisse, Merril Lynch, Morgan Stanley, Nomura, Royal Bank of Canada, Royal Bank of Scotland, Standard Chartered.

Segundo o CADE, os bancos buscavam coordenar operações para definir preços nos mercados de câmbio à vista e futuro e o índice Ptax do Banco Central. Os contatos investigados ocorreram em salas de bate-papo da agência de notícias Bloomberg entre 2008 e 2012. O esquema também é investigado no Reino Unido e na Suíça.

Mas onde está o pulo do gato? A denúncia partiu do banco UBS, que se livrou de qualquer multa no CADE por entregar o esquema.

Delação premiada é o que permite descobrir crimes orquestrados por organizações criminosas. Sem um para entregar os outros, nós nem sonharíamos com tais maracutaias, que, como se vê, não são privilégio dos incríveis políticos brasileiros.


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