Já deveria ter escrito sobre o mais recente filme de Pedro Almodóvar, Mães Paralelas, disponível na Netflix. Está na minha lista desde o Oscar, mas a falta de tempo me impediu de assistir logo e até de escrever sobre ele imediatamente após o ver.
O filme segue o caminho do entrelace emocional entre mães que têm filhas no mesmo dia, mas ao mesmo tempo, é bastante centrado na carga emocional da personagem de Penélope Cruz, em atuação muito marcante.
Há também um pano de fundo histórico com a abordagem das dores de famílias com a descoberta de uma cova coletiva há muito buscada, ainda do tempo da ditadura franquista, que massacrava seus opositores republicanos sem dó nem piedade (só imbecis defendem ditaduras).
Almodóvar está menos surpreendente nos tempos atuais, mas suas cores, seus ângulos seguem atraentes (adorei o velho recurso de escurecer uma cena para finalizá-la), e sua idolatria pela mulher, especialmente a mãe, segue incólume, com Penélope Cruz sendo mesmo quem melhor concretiza as ideias do diretor espanhol.
São duas horas de uma estória que nem sempre toma caminhos fáceis, todavia, abre a mente para outros jeitos de ver a vida, e vale cada minuto gasto.
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