domingo, 21 de agosto de 2022

Paradoxo temporal

A premissa de Paper Girls, série da Amazon Prime Video, é muitíssimo interessante: 4 meninas de 12 anos que trabalham entregando jornal numa cidade pequena nos EUA acabam viajando no tempo no Dia do Inferno (como é chamado 1.° de novembro por lá) em 1988. 


Adoro séries e filmes sobre viagens no tempo. Há sempre uma nostalgia gostosa, uma filosofia intrigante, especialmente quanto ao paradoxo de mexer ou não com a linha do tempo, o que incluiria a própria viagem original, os dilemas éticos e tudo mais. 

Neste caso, a estória envolve garotas que eram pouco mais velhas do que eu em 1988 e eu fiquei muito curiosa para ver como millennials - ou os últimos membros da geração X, se formos seguir as datas com muita exatidão - se defrontariam com o futuro da idade adulta, por exemplo. A surpresa seria boa ou ruim? Ou nem haveria surpresa? 

Confesso que a série nos faz questionar se vale mesmo a pena assisti-la nos 3 primeiros episódios, mas uma vez superado esse estranhamento, tudo o que eu esperava ver neste tipo de série começa a aparecer com mais destaque. 

Vivemos uma espécie de idolatria dos anos 80 nos últimos tempos, para o bem e para o mal. A série nem se detém muito nos anos 80, pelo menos não nessa primeira temporada, mas explora razoavelmente bem os sentimentos das personagens com o que as aguarda no futuro e ninguém aparece obcecado com likes, notificações ou vídeos de TikTok.

Não espere grandes efeitos visuais. Eles são risíveis na maioria do tempo. Mas até nisso há acerto (embora eu desconfie de orçamento mesmo) porque armas e roupas de um determinado pessoal na estória também relembram as antigas séries de ficção científica dos anos 80.

A primeira temporada deixou um enorme gancho para uma segunda temporada, ainda não confirmada, porém, como é uma adaptação de quadrinhos (salvo engano), espera-se que sua continuidade não esteja assim tão ameaçada, mesmo porque não se trata da Netflix. Menos mal, porque quero saber o que acontecerá com as 4 meninas jornaleiras e com o resto do mundo.

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