quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Falar o quê?

Quando Ewerton saiu certinho na bola na pequena área, corrigindo um defeito gritante do jogo anterior, o rebote encontrou Everton Silva, que praticamente fez um gol contra. Esse foi o lance que definiu América 0x1 Salgueiro.

No 1.° tempo, o domínio foi absoluto do time de Paulinho Kobayashi. Mas Wallace Pernambucano chutou por cima. Augusto chutou para fora. Anderson Paraíba acertou a trave. Isso apenas para citar as chances claríssimas. 

No 2.° tempo, acabou a lateral direita com a saída de Everton Silva. E a esquerda ficou com Carlos Renato, que chegou a cobrar um escanteio para fora. O time morreu ofensivamente, mesmo tendo mantido a posse de bola. Seu domínio, inofensivo, era tudo o que o Salgueiro queria.

Matheus Bambu nada fez. Dico fez mais raiva do que jogadas certas. Ambos talvez sofrendo de falta de entrosamento. Dione ainda muito longe daquele do início da temporada.

Se no 1.° tempo o América mereceu melhor sorte, no 2.° tempo, seu domínio foi típico de quem não tinha a menor condição de vencer o jogo. Houvesse mais 180 minutos de jogo, acredito que teríamos ainda menos chutes a gol. 

É gritante a ausência de peças na equipe. A lateral direita é inexistente com Wallace Rato. A esquerda vive com dois laterais com dificuldade no cruzamento, mas que até iludem quando o outro lado funciona. O ataque é inoperante. 

É triste observar que as mexidas feitas na pandemia em sua maioria pioraram o nível do elenco e um tempo preciosíssimo foi desperdiçado. Agora o tempo urge. 

E como eu havia dito no jogo anterior, Paulinho Kobayashi pode se preparar para jogar apenas com os titulares. As mudanças não surtem efeito por questão de nível mesmo ou até de pressão exagerada em quem entra. Só que a realidade do América, enfiado na última divisão há 4 anos, não vai ser leve com seu ninguém, seja profissional ou base. Ou aguenta, ou quebra.

É preciso resolver para ontem as laterais e o ataque, seja com profissionais ou com gente da base. Não é possível, por exemplo, que a base não tenha pelo menos um lateral direito com mais vontade de frequentar a linha de fundo e de cruzar uma bola do que o improvisado Wallace Rato, cuja entrada por ali é decreto de fim de jogo para o time.

Sem isso, não há melhora na saída de bola, na condição física, no domínio de jogo, na criação de chances claras que resolvam a situação. Futebol é bola na rede e não há vitória que caia do céu. Pelo menos não para o América, já que a do Salgueiro hoje chegou bem perto disso. 

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