Um bate-papo com Ernesto Teixeira terminou num levantamento feito por ele de todos os treinadores que efetivamente comandaram o América de 1996 até os dias atuais.
Obviamente eu não deixaria passar a oportunidade de trazer os números impressionantes levantados por ele. É bom ressaltar que Ernesto fez questão de excluir interinos que nunca foram efetivados, como Wladimir de Jesus e Vereador. Vamos aos nomes:
1- Baltazar Germano (1996 e 1999)
2- Ferdinando Teixeira (1996-97, 2002-03 e 2004)
3- Péricles Chamusca (1997)
4- Júlio César Leal (1997 e 1998)
5- Renato Trindade (1998)
6- Arturzinho (1998 em dois períodos)
7- Eduardo Amorim (1998)
8- Givanildo Oliveira (1999)
9- Ze do Carmo (1999)
10- Estevam Soares (1999 e 2007)
11- Júlio Espinoza (2000)
12- Paulo Moroni (2000, 2007 e 2010)
13- Severinho (interino em várias épocas e 2001 Efetivo)
14- Homero Carvalheira (2001)
15- Celso Teixeira (2001-02 e 2004)
16- Adilson Baptista (2002)
17- Ademir Fonseca (2003)
18- Wagner Oliveira (2003)
19- Artur Neto (2004 e 2005)
20- Wassil Mendes (2005)
21- Erandir Montenegro (2005)
22- MIluir Macedo (2005)
23- Luís Carlos Martins (2005-06)
24- Roberval Davino (2006)
25- Heriberto da Cunha (2006)
27- Lori Sandri (2007)
28- Marcelo Veiga (2007)
29- Carlos Rabello (2008)
30- Roberto Cavalo (2008)
31- Luís Carlos Ferreira (2008)
32- Moura (interino em vários anos e efetivo em 2008)
33- Ruy Scarpino (2008)
34- Marcelo Villar (2009)
35- Tita (2009)
36- Guilherme Macuglia (2009 e 2016)
37- Roberto Fonseca (2009)
38- Francisco Diá (2009, 2010, 2011 e 2016)
39- Gilmar Iser (2010)
40- Lula Pereira (2010)
41- Dado Cavalcanti (2010-11)
42- Flávio Araújo (2011-12 e 2017)
43- Roberto Fernandes (2012-13, 2013 de novo, 2014-15, 2020)
44- Alexandre Irineu (2013)
45- Argel Fucks (2013)
46- Pintado (2013)
47- Leandro Sena (2013-14)
48- Oliveira Canindé (2014)
49- Marcelo Martellote (2014)
50- Aluísio Morais (2016)
51- Sérgio China (2016)
52- Felipe Surian (2017)
53- Leandro Campos (2017-18)
54- Pachequinho (2018)
55- Ney da Mata (2018)
56- Luisinho Lopes (2019)
57- Moacir Júnior (2019)
58- Waguinho Dias (2020)
59- Kobayashi (2020-atual)
59 nomes diferentes, embora haja também alguns que chegaram, foram embora e voltaram mais de uma vez. Segundo Ernesto, isso faz o número de trocas subir para 76 em 24 anos, e coloca o América numa média de 1 treinador a cada 4 meses.
E de uns anos para cá a paciência com o treinador tem caído para 5-6 rodadas do estadual, uma competição deficitária e sem qualquer brilho técnico.
Sem dúvida, isso impede qualquer possibilidade de construção de um trabalho com identidade tática e com jogadores formados dentro dessa realidade.
Ernesto ainda aponta que antes desse período, precisamente de 1988 a 1995, o Orgulho do RN teve apenas 4 treinadores em 8 temporadas.
De outro lado, de 1996 para cá, a grande recordista é a de 2013 porque 6 treinadores se alternaram no comando técnico, já que Roberto Fernandes saiu e voltou. Isso já havia acontecido em 1998, mas com 5 treinadores, cabendo a repetição a Artuzinho.
Se é certo que os dirigentes americanos passaram a amar o troca-troca de técnicos, a responsabilidade da torcida também não pode ser amenizada. Afinal, tivemos pouquíssimos casos de troca nesses anos todos que contaram com algum índice significante de reprovação oriunda das arquibancadas, como a primeira saída de Roberto Fernandes em 2013. A maioria esmagadora dos técnicos teve seu processo de fritura iniciado ou acelerado pela torcida, e com sua queda celebrada quase como a conquista de um título. Basta conferir a lista e deixar a memória viajar no tempo para lembrar desses detalhes.
Mais que assustar, os números provam que o América se acostumou a um jeito torto de fazer futebol, com potencial devastador para o clube em todos os aspectos.
Que Paulinho Kobayashi seja o início de um novo tempo no Mecão, em que o trabalho rende porque se espera o tempo adequado para que isso ocorra e em que a torcida (a diretoria vai junto) decidiu romper de vez com essa roda viva decadente.
P.S.: trarei em outras postagens alguns detalhes do levantamento de Ernesto.
Tem jeito não, Raissa. Perdeu 2 classicos a torcida pressiona e o Presidente tem que trocar. Do outro lado é do mesmo modo.
ResponderExcluir"...o América se acostumou a um jeito torto de fazer futebol." Esse texto eu vou resumir: futebol amador. Infelizmente 😔 não temos aqui no RN nenhum clube com futebol profissional. São clubes de um dono, as vezes bancados pela Prefeitura do município sede do clube. Também tem os apaixonados que pegam o clube por um período, o amadorismo ainda é maior, com poucos meses a paixão transforma o dirigente em torcedor,que chinga o adversário e tudo mais. Chegamos na 4° Divisão do 🇧🇷 pelo Amadorismo e outras coisas que não acrescento aqui. Parabéns pela pesquisa seguida do texto. 👏 (Paulo Trigueiro, 58, apaixonado por um bom futebol.)
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