A newsletter de saúde Well (the New York Times) desta semana trouxe um texto de abertura muito esclarecedor de Tara Parker-Pope sobre possíveis soluções a respeito das pessoas que simplesmente se recusam a usar máscara para conter a contaminação do Sars-Cov-2.
À certa altura, ela citou uma epidemiologista e professora assistente da Harvard Medical School, a Dra. Julia Marcus, que escreveu o seguinte num ensaio publicado na revista The Atlantic, ressaltando a necessidade de empatia até em relação aos negacionistas das máscaras.
Segunda a Dra. Julia Marcus, os americanos já andam muito desgastados após meses de perdas e isolamento social. "As máscaras realmente impedem as pessoas de ver expressões faciais e de ouvir vozes claramente, ambos elementos vitais de conexão social. As máscaras não deixam as pessoas sem oxigênio, mas tornam a respiração livre mais difícil. Elas embaçam os óculos. Fazem o nariz coçar e o rosto suar. Muitas máscaras defintivamente não são legais. E ainda são outra coisa para lembrar na saída de casa. E, mais que tudo, as máscaras são um lembrete constante do que os americanos desesperadamente querem esquecer: que apesar de todos os nossos sacrifícios, a pandemia não foi embora."
Numa abordagem diferente, as soluções apontadas seriam máscaras distribuídas gratuitamente em lojas, paradas de ônibus, estações de metrô, portarias de edifícios, e o desenvolvimento estimulado pelo governo de máscaras mais confortáveis, efetivas e até "mais masculinas" (sim, os homens são os maiores negacionistas das máscaras).
Tara Parker-Pope ainda citou um exemplo ocorrido numa farmácia em que ela estava. Um jovem estava sem máscara na fila e a atendente o avisou que não queria dificultar a vida dele, mas que só poderia atendê-lo se ele cobrisse o rosto, não importando qual o material utilizado. Não havia máscaras disponíveis. O jovem então puxou a gola da camisa para cobrir o rosto do nariz para baixo e assim ficou tanto na fila como até terminar seu atendimento no caixa.
Enfim, é um novo jeito de buscar o que mais se quer: evitar a propagação do Sars-Cov-2. E mais uma reafirmação de nossa maior necessidade nos dias atuais: empatia.
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