quarta-feira, 27 de julho de 2016

O cuidado com os sócios

Não sei o que se passa na cabeça dos dirigentes do América, sejam os anteriores, sejam os atuais, mas especialmente os últimos.

Todo ano os torcedores são praticamente convocados a se tornarem sócios. São diversas categorias, divide no cartão, todo tipo de promoção, etc.

Mas, vira e mexe, surge a ideia de transferir jogos para Goianinha.

Neste ano, a coisa foi pior. Extinguiram a modalidade para mulheres, venderam várias categorias, inclusive a do setor Premium da Arena, e agora, sem mais nem menos, transferiram as 4 partidas que faltam nesta fase da Série C - talvez até sejam as últimas mesmo, levando-se em consideração a campanha atual - para o Nazarenão.

Os benefícios são enormes: deslocamento (ida e volta) de mais de 100 km para os torcedores de Natal (sede do clube) e bumbum diretamente no cimento agradavelmente quente do Nazarenão nos jogos à tarde. Tudo isso pelo mesmo preço da Arena.

O resultado é o pior marketing negativo para o programa de sócios de todos os tempos. Algo como seja sócio e ganhe a qualquer momento um deslocamento adicional de 100 km para assistir aos jogos do Mecão no conforto do cimento quente. Ou ainda, seja sócio e veja que é melhor comprar ingresso porque perto do fim do ano não estamos nem aí para os sócios. Até as mulheres sócias foram excluídas; somente as compradoras de ingresso são valorizadas.

Melhor mesmo é agora quererem empurrar goela abaixo que a mudança ocorreu em busca do aproveitamento do América no Nazarenão, de um caldeirão, etc. Ora, façam-me o favor! No ano passado, dá para contar nos dedos as partidas que o América perdeu em casa na temporada inteira. Na Série C, por exemplo, foram 7 vitórias e 2 empates. O aproveitamento do América na Arena caiu ante as patacoadas de contratações ridículas, a começar da invenção de Aluísio Guerreiro, passando pela volta de Macuglia (que não deu certo aqui antes) e a tragédia de Sérgio China, treinador que acabou em 7.° no ano passado com o Salgueiro, isso para não falar nos jogadores, inclusive os inexistentes.

Sim, Goianinha fez muito bem ao América naquelas condições. Se os dirigentes pretendem fazer o América jogar onde bem entenderem, é melhor extinguir o programa de sócios como ele existe hoje. Que ele volte a ser um mero auxílio mensal que os apaixonados pagam pelo direito de se associar ao clube do coração e pronto. No máximo, com direito a um adesivo, como na ideia original de Augusto na Série C 2005. Pelo menos não ficará para esses a sensação de terem sido ludibriados.

Caldeirão se faz em casa. E a casa do América é a Arena das Dunas.

2 comentários:

  1. "É mais difícil jogar em casa que forA". A grande lição deixada por Sérgio China e muito bem assimilada pelo presidente.
    ADAIL PIRES

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  2. Coisas da Micarla do Mecão e do grupo de pagode que o assessora

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