Quando se pensa em fama, logo vem à cabeça todo o glamour de ser amado e adorado por muita gente, mas muita gente mesmo. Mas pouca gente realmente sabe a dor da fama, aquele lado ruim que existe e que pode nem ser tão grande para muitos. No entanto, há certos "eleitos" que sofrem e muito com isso.
Talvez o maior exemplo tenha sido Amy Winehouse. Eu me lembro de, numa dada entrevista do Coldplay, um dos membros ter falado do quanto era doentia a perseguição que os papparazzi impunham à talentosa cantora e compositora britânica. Fotógrafos davam plantão em frente à sua casa apenas à espreita de clicar aquele momento normal em que ela, toda descabelada logo cedo, ia buscar o leite na porta de casa. Cidadãos comuns fazem isso. Eu busco meu jornal muitas vezes descabelada. Mas isso, no caso de Amy, era motivo para uma foto que seria reproduzida em muitos tabloides mundiais.
Hoje o Huffington Post (o americano) publicou um artigo da atriz, diretora e produtora americana Jennifer Aniston, aquela que fazia a Rachel de Friends. Jennifer abriu o coração sobre o que a imprensa faz com os famosos, especialmente quando se trata de publicar coisas que não são verdadeiras.
No artigo For the record, Jennifer começa afirmando que nunca se dirigia à fofoca por não gostar de dar força à indústria da mentira, mas que resolvera escrever porque não fazia parte do mundo das mídias sociais.
E fez questão de registrar que não está grávida, e sim farta do que tem ocorrido diariamente sob a aparência de jornalismo, ou noticia de celebridades.
Em suas palavras, Jennifer Aniston diz: "Todos os dias meu marido e eu somos assediados por dúzias de fotógrafos agressivos plantados fora de nossa casa que farão qualquer coisa para obter qualquer tipo de foto, mesmo se isso significar perigo para nós ou pedestres azarados que estejam por perto."
Segundo ela, na verdade esse "ritual insano" dos tabloides representa algo maior para todos nós. "Se eu sou algum tipo de símbolo para alguns pessoas por aí, então claramente sou um exemplo das lentes através das quais nós, como sociedade, vemos nossas mães, filhas, irmãs, esposas, amigas e colegas."
Aniston denuncia uma objetificação e um escrutínio por ela classificados como "absurdos e pertubadores" e então discorre a respeito: "A mensagem que meninas não são lindas a menos que sejam inacreditavelmente magras, que elas não merecem nossa atenção a menos que pareçam uma supermodelo ou atriz de capa de revista é algo que nós todos estamos avidamente comprando. (...) Usamos essas 'notícias de celebridades' para perpetuar essa visão desumanizadora do gênero feminino, focada somente na aparência física de alguém. que os tabloides transformam num evento esportivo de especulação. Ela está grávida? Está comendo demais? Descuidou-se? Seu casamento está passando por dificuldades por que a câmera detectou alguma 'imperfeição' física?"
E continua: "Eu costumava dizer a mim mesma que os tabloides eram como revistas em quadrinhos, não eram para serem levados a sério, seriam apenas uma novela para as pessoas acompanharem quando precisassem de uma distração. Mas eu não posso mais dizer isso a mim mesma porque a realidade é que a perseguição e a objetificação que eu experimento em primeiro grau, já há décadas, refletem a forma deturpada como calculamos o valor de uma mulher."
Jennifer bate forte na imprensa ao dizer que no último mês ela finalmente entendeu como o valor de uma mulher é definido com base em se ela é ou não mãe e se é ou não casada. A quantidade de recursos gasta até agora "pela imprensa para tentar simplesmente revelar se estou ou não grávida (pela milionésima vez... mas quem está contando?) aponta para a perpetuação dessa noção de que as mulheres são de certa forma incompletas, malsucedidas, ou infelizes se não têm filhos num casamento. Neste último ciclo de notícias entediantes sobre a minha vida pessoal, houve ataques em massa, incêndios, importantes decisões da Suprema Corte, um eleição por vir, e qualquer número de questões mais merecedoras de virarem notícia a que os 'jornalistas' poderiam dedicar seus recursos."
Segundo Aniston, mulheres são completas, tenham ou não um(a) parceiro(a), tenham ou não um(a) filho(a). A beleza de seu corpo quem decide é a própria mulher.
Ela fala da dor de se ver fotografada por um certo ângulo e a partir daí ter que lidar com dois rótulos (grávida ou gorda) e de ser parabenizada por amigos, colegas de trabalho e estranhos a respeito de uma inexistente gravidez.
Jennifer termina dizendo que sabe que os tabloides não vão mudar tão cedo - é o que sua experiência mostra -, mas que o que pode mudar é como reagimos a esse tipo de coisa. "Nós é que decidimos o quanto vamos comprar do que está sendo oferecido, e talvez algum dia os tabloides sejam forçados a ver o mundo por outras lentes diferentes, mais humanizadas, porque os consumidores pararam de comprar tamanha besteira*."
Para quem nunca viu mau nessa perseguição insana da imprensa a celebridades, vale a reflexão de quem sofre as consequências na pele.
*A atriz utilizou um palavrão
Em suas palavras, Jennifer Aniston diz: "Todos os dias meu marido e eu somos assediados por dúzias de fotógrafos agressivos plantados fora de nossa casa que farão qualquer coisa para obter qualquer tipo de foto, mesmo se isso significar perigo para nós ou pedestres azarados que estejam por perto."
Segundo ela, na verdade esse "ritual insano" dos tabloides representa algo maior para todos nós. "Se eu sou algum tipo de símbolo para alguns pessoas por aí, então claramente sou um exemplo das lentes através das quais nós, como sociedade, vemos nossas mães, filhas, irmãs, esposas, amigas e colegas."
Aniston denuncia uma objetificação e um escrutínio por ela classificados como "absurdos e pertubadores" e então discorre a respeito: "A mensagem que meninas não são lindas a menos que sejam inacreditavelmente magras, que elas não merecem nossa atenção a menos que pareçam uma supermodelo ou atriz de capa de revista é algo que nós todos estamos avidamente comprando. (...) Usamos essas 'notícias de celebridades' para perpetuar essa visão desumanizadora do gênero feminino, focada somente na aparência física de alguém. que os tabloides transformam num evento esportivo de especulação. Ela está grávida? Está comendo demais? Descuidou-se? Seu casamento está passando por dificuldades por que a câmera detectou alguma 'imperfeição' física?"
E continua: "Eu costumava dizer a mim mesma que os tabloides eram como revistas em quadrinhos, não eram para serem levados a sério, seriam apenas uma novela para as pessoas acompanharem quando precisassem de uma distração. Mas eu não posso mais dizer isso a mim mesma porque a realidade é que a perseguição e a objetificação que eu experimento em primeiro grau, já há décadas, refletem a forma deturpada como calculamos o valor de uma mulher."
Jennifer bate forte na imprensa ao dizer que no último mês ela finalmente entendeu como o valor de uma mulher é definido com base em se ela é ou não mãe e se é ou não casada. A quantidade de recursos gasta até agora "pela imprensa para tentar simplesmente revelar se estou ou não grávida (pela milionésima vez... mas quem está contando?) aponta para a perpetuação dessa noção de que as mulheres são de certa forma incompletas, malsucedidas, ou infelizes se não têm filhos num casamento. Neste último ciclo de notícias entediantes sobre a minha vida pessoal, houve ataques em massa, incêndios, importantes decisões da Suprema Corte, um eleição por vir, e qualquer número de questões mais merecedoras de virarem notícia a que os 'jornalistas' poderiam dedicar seus recursos."
Segundo Aniston, mulheres são completas, tenham ou não um(a) parceiro(a), tenham ou não um(a) filho(a). A beleza de seu corpo quem decide é a própria mulher.
Ela fala da dor de se ver fotografada por um certo ângulo e a partir daí ter que lidar com dois rótulos (grávida ou gorda) e de ser parabenizada por amigos, colegas de trabalho e estranhos a respeito de uma inexistente gravidez.
Jennifer termina dizendo que sabe que os tabloides não vão mudar tão cedo - é o que sua experiência mostra -, mas que o que pode mudar é como reagimos a esse tipo de coisa. "Nós é que decidimos o quanto vamos comprar do que está sendo oferecido, e talvez algum dia os tabloides sejam forçados a ver o mundo por outras lentes diferentes, mais humanizadas, porque os consumidores pararam de comprar tamanha besteira*."
Para quem nunca viu mau nessa perseguição insana da imprensa a celebridades, vale a reflexão de quem sofre as consequências na pele.
*A atriz utilizou um palavrão
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