terça-feira, 26 de julho de 2016

Movimento inverso

Em 2011, com a demolição do Machadão, o América foi obrigado a rumar para o interior. Goianinha recebeu o clube de braços abertos e uma parceria interessante se formou ali.

Em 2013, quase o América afunda de vez ao tentar o mesmo movimento em direção ao Barrettão. O Nazarenão resgatou o time do rebaixamento.

Em 2014, foi a inaugurada a Arena das Dunas, nova casa do América pós-Machadão. Era a volta do clube a Natal. Torcida empolgada, Arena lotada e time rebaixado. Nem vale mais a pena falar a respeito desse desastre.

Goianinha foi show. Mas passou. Vira e mexe os dirigentes americanos falam em levar os jogos para lá. Não dá para aceitar que um clube com a tradição do América, e que tem até colocado bons públicos na Arena se levarmos em consideração a triste campanha, ache natural fazer o caminho inverso, deixando Natal de volta a Goianinha, especialmente num campeonato nacional.

Como achar natural que sua torcida tenha que se deslocar mais de 100 km de ida e volta para ver seu time do coração? Numa situação excepcional, como a da Copa do Mundo, ok. Fora disso, soa como um insulto aos sócios. 

Aliás, muita coisa tem soado como insulto aos sócios: extinção de categorias, dois portões na caixa prego para todo mundo entrar e sair da Arena, e agora um deslocamento adicional de mais de uma centena de quilômetros.

É melhor essa Série B, tão cantada desde os atropelos do ano passado, chegar mesmo no fim desta temporada. Caso contrário, a diminuição de sócios, a perda do tri do estadual, a eliminação precoce na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil vão cobrar a conta com força dos dirigentes do América. E 2017 trará pesadelos ainda maiores.

Um comentário:

  1. Sempre houve por parte da torcida do América uma certa insatisfação com declarações dadas por ex-dirigentes que afirmavam categoricamente que " o lugar do América é a série B. Não tem como pensar em série A". Se fizermos uma enquete entre os torcedores, dificilmente encontraremos alguém que não se orgulhe dos acessos de 1996 e 2006. Ambos estarão para sempre na memória dos torcedores como conquistas épicas e um feito jamais alcançado por outro clube do Estado até os dias de hoje. Se a campanha de 2007 foi pífia, ridícula e vergonhosa, não foi pela grandeza do clube. Foi sim pela falta de zelo com a competição por parte de um presidente que, eleito deputado pela torcida, abandonou o clube para cuidar do seu mandato.
    2016 trouxe consigo, e fomentado pela superstição peculiar ao torcedor, aquela ideia que lutaríamos como clube grande que é o América e sua apaixonada torcida, por mais um acesso. Ledo engano. Estamos hoje no dia 26 de julho, primeiro mês do segundo semestre do ano e o que temos a comemorar é a conquista de um turno no campeonato estadual sem que tenhamos conseguido vencer os dois mais fortes adversários da competição (ABC e Globo) e amargamos duas derrotas. E ainda tem o detalhe de se o Globo não tivesse perdido para o Palmeira de Goianinha, corríamos o risco de sequer disputarmos a final do campeonato e estaríamos fora das copas do Nordeste e do Brasil em 2017.
    O América caminha em 2016 a passos largos para um daqueles anos para se esquecer e, salvo uma guinada de 180 graus, teremos o naufrágio da anu americana. Chega de a sensibilidade alguns dirigentes permitir dizer que o "verdadeiro torcedor do América acreditas até o fim". E acreditamos. Se tem uma coisa que a torcida do América não é é ser burra. Pelo contrário.
    Quando pensamos que o trem vai entrar nos trilhos, vem mais uma prova da perda de rumo, de que o torcedor não é levado em conta e que os desmandos vão continuar. Será que o treinador anterior fez escola e conseguiu convencer os neófitos que jogar em casa torna a coisa mais difícil que jogar fora? Na hora de conclamar a torcida para, como sempre fez, jogar junto se distancia ainda mais do já sofrido torcedor? É pra não acreditarmos mais em nada, mas somos apaixonados e sabemos que o América não passa. Felizmente, o que passam são os maus gestores.
    ADAIL PIRES

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