América x Avaí e Ceará x Oeste foram os jogos que fecharam a 1.ª rodada da Série B. Melhor para o Mecão que já sabia que 3 gols o deixariam líder da competição, ainda mais que o jogo do Castelão era um embate entre um time de reservas e outro desfigurado.
Já me surpreendo com a quantidade de gente num sábado de feriadão à noite. Como a torcida do América gosta de campeonato brasileiro! Há uma mística envolvendo a equipe, o local e a torcida. É entrar na Arena das Dunas e sentir. É diferente; é especial.
Lá estou eu observando o aquecimento dos goleiros. Interessante como os goleiros do Avaí, vira e mexe, estavam de olho no treinamento do Mecão. Não tiraram o olho de Dida e Fernando Henrique. Dava para ver o receio em suas expressões.
Começa o jogo e o time americano parece ansioso. É a estreia. Do outro lado, um time que adora uma retranca e que tem jogadores veteranos, mas ainda perigosos como Marquinhos e Cléber Santana. E que não costuma rifar a bola. O Mecão parece fadado à marcação, mas aquela marcação que irrita o torcedor, só marcando posição e deixando o outro time tocar à vontade. Nas primeiras saídas em velocidade para o contra-ataque, fica logo claro qual é a do juiz: falta só se for uma facada. Arthur Maia tem dificuldade em jogar. O time todo sente.
Mas Val já dava mostras de que pode sim ser titular nesta equipe. Era quem conseguia acalmar a defesa, que novamente deu grandes sinais de falta de sintonia com Fernando Henrique. É esperar que esse entrosamento chegue logo.
Dando show nos lançamentos e viradas de bola, Val achou Rodrigo Pimpão, que ainda não tinha acertado coisa alguma no jogo. No entanto, quando o cara é decisivo, ele é decisivo mesmo. Rodrigo Pimpão, na primeira que acertou, fez um bonito gol meio que por cobertura. Mecão 1x0.
Será que o time melhoraria depois de saída a ansiedade? O gol não foi suficiente. O América sofria por não entender o ritmo de jogo que o juiz queria: só facada seria falta. Isso para um time que estava marcando de longe era o fim da picada. E o Avaí empatou num lançamento do livre Marquinhos. Roberto tocou no meio das pernas de Fernando Henrique.
Será que agora o América entraria no jogo? Entrou. Finalmente o América virou América. Marcação mordendo o Avaí. Todos os jogadores partindo para cima do adversário sem ligar para faltinhas estilo cai-cai. Pressão que o Avaí só entendeu quando Max marcou um golaço de meio voleio. Sempre ele: o Homem de Pedra, incansável, batalhador, decisivo.
Começa o 2.º tempo e o América dá mostras de que o jogo ruim ficou para trás. Domínio total e absoluto. É claro que o Avaí ainda ameaçou aqui e ali. Não se pode esperar outra coisa na Série B. Mas o América foi senhor das ações. Val teve o jogo nas mãos. Todas as bolas no meio de campo passavam por ele. E ele apareceu bem na defesa dando o bote no momento correto. Aí cresceram Fabinho, Marcelinho, Pimpão, Wanderson. Até Arthur Maia voltou a dar lampejos de Maiadona. Não deu outra. Cruzamento da direita e Max esquece o medo da chuteira dos zagueiros (e ele tem medo de alguma coisa? Acho que os zagueiros é que têm medo dele) e do goleiro e desce o corpo todo para cabecear quase rente ao chão. Goooooool. Gol do desafogo. Gol da liderança. Gol da artilharia. Enfim, gol de Max.
Nem há tempo para descanso. Na quarta, o Mecão enfrenta a volta contra o Boavista pela Copa do Brasil e sem Arthur Maia. Mas esse time de Oliveira Canindé é muito qualificado. Aliás, o elenco é muito qualificado. O time joga por música, independente de quem esteja em campo. Sai um, entra outro e ficamos imaginando se o titular ainda tem lugar ante o desempenho de quem entrou. O Boavista que se segure!
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