A FolhaJus+, uma das newsletters jurídicas da Folha de S.Paulo, trouxe na edição de terça-feira um comentário de autoria de Frederico Vasconcelos a respeito de ética dos juízes nos EUA comparando com atitudes de membros do Poder Judiciário brasileiro. Acho que vale a leitura e a reflexão para o Poder Judiciário como um todo em aspecto tão caro como a ética e sua exteriorização. Reproduzo o texto.
Jaboticabas jurídicas
O presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, disse que vários juízes federais traíram a confiança do público. Citou a intromissão política nos tribunais. Aqui, membros do STF indicam candidatos à toga afinados politicamente. Supostas movimentações financeiras atípicas de advogadas mulheres de ministros geram inquérito sem distribuição legal. Milhares de investigações foram suspensas para atender ao senador, filho do presidente, acusado de crimes quando era deputado estadual. No recesso, sustam-se investigações. Outro senador investigado pede ajuda a ministro.
Roberts diz que os juízes de lá devem respeitar a ética. Aqui, ministro coordena seminários de seu instituto e cobra de patrocinadores. Outros elaboram código e recebem R$ 40 mil por palestra. Ministro suspende sessão para não perder voo para uma homenagem.
Roberts não aceita que falhas de computador não impediram juízes de tratar casos de interesse de parentes. Aqui, tentaram desculpa igual quando filhotes advogavam nos processos.
'O que é bom para os EUA é bom para o Brasil', dizia-se na ditadura. Talvez façamos o pior.
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