"Reduzir, reutilizar, reciclar" é um verdadeiro mantra para quem, como eu, entrou na adolescência acompanhando toda a movimentação no Brasil causada pela então Eco-92, hoje conhecida como Rio-92, conferência em que o mundo assumiu a preocupação ecológica com o futuro do planeta.
Sim, sempre fui apaixonada por leitura, tive a sorte de ter pais que me incentivaram muito nesse caminho mesmo antes de eu aprender a ler, cada um à sua maneira, e ambos apaixonados, também pelos motivos mais variados, por jornais diários e revistas semanais e mensais. Isso explica como uma pré-adolescente estava tão por dentro de uma conferência de política ambiental.
Cresci assim, com muito gosto por informação, e aos poucos fui implantando muitas mudanças aqui em casa. Hoje separamos lixo, utilizamos sacolas de pano para a maior parte das compras do supermercado, não suportamos torneiras pingando, reservamos o óleo de fritura usado em garrafa de plásitco. Sigo buscando aprender/aprimorar mais atitudes "eco-friendly" (já estou quebrando a cabeça para implantar a reutilização da água da máquina de lavar).
Entretanto, preciso ressaltar que ser persistente é fundamental para seguir com tais atitudes. Vejam, por exemplo, que a coleta da reciclagem passa no Mirassol apenas uma vez por semana, embora às vezes não passe, sem que nenhuma explicação seja oferecida. Sei que ela nem passa em outros locais da cidade. E quando você começa a separar o lixo orgânico do reciclável, percebe que este responde por uma porcentagem muito maior, em volume, do lixo residencial do que aquele, que conta com coleta regular. Logo, descobrir pontos de coleta perto de você pode ser de grande ajuda quando não há mais espaço disponível na sua casa.
O Carrefour acolhe a reciclagem tradicional (plástico, papel, vidro, metal). A farmácia recolhia embalagens de medicamentos, mas deixou de fazer isso no mês passado, sabe-se lá por quê. O Nordestão recolhe as cápsulas de café. Um ecoponto da prefeitura em Ponta Negra aceita qualquer tipo de entulho até 1m³ (metralha, móveis velhos, podas de árvore). A Leroy Merlin aceita um monte de coisa, inclusive celulares, baterias, pilhas e lâmpadas.
A UFRN recolhia esponjas de lavar louça, lápis, canetas, lapiseiras, óleo de cozinha, cápsulas de café, mas também parou no mês passado porque não estava mais conseguindo estocar para processar adequamente na pandemia.
Essa pausa da UFRN me quebrou as pernas. Para onde levar o óleo de cozinha? Uma empresa anunciava posto de coleta no conselho comunitário de Potilândia. Nada. No mercado do peixe nas Rocas. Nada. Entrei em contato com a empresa pelo WhatsApp para saber onde deixar. A resposta era que a Cosern agora recolhia, mas todo dia num ponto diferente da cidade.
Nas redes sociais da Cosern, nenhuma informação a respeito de onde está a coleta hoje.
Depois de muito rodar, descobri que o Natal Shopping tem um ponto de coleta de óleo de cozinha em sua praça de alimentação. Janaina foi quem desceu do carro para deixar o óleo. Foi muito bem atendida pelo segurança que se prontificou a descobrir o local exato para que ela deixasse o óleo. Ela voltou enchendo de elogios o ponto de coleta, que enfim acabou com a nossa jornada para entrega do óleo usado.
Eis a constatação do quanto é preciso persistir para seguir num caminho ecologicamente correto em pleno Século 21, quase 20 anos depois da Eco-92/Rio-92.
Ah, ainda sobre óleo, preciso acrescentar que de fato aplicamos a ele o lema "Reduzir, reutilizar, reciclar". Compramos panelas que permitem ou o uso zero de óleo, ou o uso de uma quantidade mínima. Também reutilizamos pelo menos uma vez o óleo. Filtramos com aquele filtro de papel de café e guardamos na geladeira. Em dia de peixe frito com batata frita, o óleo é primeiro utilizado para a batata frita e logo em seguida frita o peixe. Quando esfria, segue para a garrafa pet. Quando ela está cheia, é hora de seguir para um ponto de reciclagem.
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