Ontem, precisei dar uma passadinha no Nordestão Ponta Negra para comprar um produto essencial que esqueci nas compras da semana passada. Fui num horário tranquilíssimo para uma segunda-feira, o meio da tarde.
Vagas em profusão no estacionamento. Assim que descemos do carro e caminhávamos para o hall de entrada, chegou um Hyundai Creta preto e estacionou na vaga destinada a pessoas deficientes. Isso já me chamou a atenção ante a ruma de vagas disponíveis que não aquela.
Do carro desceram 3 pessoas com o milagre instântaneo de voltarem a andar: um homem, uma mulher e um menino. Se bem que a vaga poderia ser utilizada com apenas uma daquelas pessoas sendo deficiente. Quem dirigia o carro era o homem. Ninguém aparentava o menor constrangimento com aquela óbvia invasão do direito alheio.
Passei pela porta do hall do Nordestão já com o estômago embrulhado com aquela cena que ocorria lá no estacionamento. Não demorou e os 3 passaram pela mesma porta. A mulher e o menino usavam máscara adequadamente. O homem se orgulhava de levar a sua cobrindo apenas o queixo. Subiu a esteira rolante em plena felicidade por exibir sua imbecilidade: tirou a vaga de um cadeirante no estacionamento e seguia serelepe se expondo e expondo os outros, principalmente a mulher e o menino que lhe acompanhavam (pareciam ser uma família). Achou pouco, entrou numa pequena loja e foi atendido com a mesma explícita quebra de regra sanitária. Sobre isso, caberia às vendedoras exigirem que ele posicionasse a máscara adequadamente para que lhe atendessem, como vi um gerente da Caixa fazer quando de um recebimento de alvará, mas imagino que a pessoa que tem a propriedade da loja e/ou as próprias vendedoras consideram um absurdo perder uma potencial venda em troca de livrar o mundo de um comportamento de risco. E assim vamos seguindo sem arrefecimento na transmissão da Covid-19.
Mais um pouco e a turma se aproximou de nós no supermercado. Segurei imediatamente o braço de Janaina para pararmos e deixarmos aqueles riscos ambulantes se distanciarem de nós.
Presenciar uma demonstração dessa de atos ilegais em sequência sempre me faz questionar se aquele homem não é o mesmo que reclama que este país não tem jeito, que todos os políticos são ladrões, e toda aquela ladainha de quem jura que tem uma alma pura e seguidora de todas as regras do mundo civilizado. É por gente assim, que não começa a ser a mudança que deseja ver nos outros, que o Brasil virou a pocilga onde o Sars-Cov-2 se refestela livremente. Quantos milhares de cidadãos de bem não seguem a mesma rotina Brasil afora? Meu estômago segue revirado até agora.
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