domingo, 9 de dezembro de 2018

Sem noção

O pessoal que trabalha com shows e festas em geral aqui em Natal perdeu o juízo. O país lutando numa crise danada, o estado pior ainda, e um ingresso para um show do Projeto Ribeira Boêmia no terminal de passageiros do porto é adquirido a R$ 90 numa tal de meia entrada social (com doação de 1 kg de alimento). Ou seja, a inteira custava R$ 180!

Nem o Teatro Riachuelo, conhecido por seus preços mais elevados, chegaria tão longe para o mesmo tipo de espetáculo. Saliente-se que o teatro tem cadeiras confortáveis, os assentos são marcados e o estacionamento (coberto) é gratuito.

No evento de ontem, que tinha, além do Ribeira Boêmia, Quarteto Linha, Roberta Sá e João Cavalcanti, só quem chegasse cedo teria lugar de graça (descoberto) para estacionar e cadeiras e mesas plásticas praticamente disputadas a tapa. Depois, o que teve de gente em pé onde não podia levou uma ruma de gente a ter que ficar em pé nas cadeiras para poder assistir ao show. Tudo bem confortável.

Comer e beber num evento que iria das 17h até as 23h também foi bem agradável. Um balde com 5 latas de Itaipava - nada de puro malte - custava R$ 30. E quando falo balde nem pense que é aquele balde de gelo que adquirimos em supermercados e que tais, não. Era um balde mesmo, desses que carregam coisas numa construção, de cor preta e com aro de ferro. 

Havia também uma coxinha gourmet. Pronto. O raio gourmetizador fez seu efeito. Uma meia coxinha para os padrões normais recheada com frango e salsa (uau, super gourmet!) custava R$ 10! Acrescentei aqui uma foto que tirei da coxinha ao lado de um copo para a devida perspectiva.

Imagem de minha autoria

Uma garrafinha de água mineral comprada no atacado por algo em torno de R$ 0,60 nos foi vendida mais cara do que o garrafão (R$ 7,50) que abastece minha casa. Adivinhem: R$ 10! Para que complicar a vida com troco, né? Melhor arredondar tudo para R$ 10.

Foi a primeira e a última vez que um evento assim contou com a minha audiência. Já avisei a familiares e amigos que não há pressão que me faça mais adquirir um ingresso a preço de Teatro Riachuelo para ser extorquida com cadeiras plásticas, assentos não marcados e preços de restaurante 5 estrelas em Paris.

De bom mesmo para mim, sobrou o rio Potengi, esse lindo que me fez sair de casa cedo e passar quase 100% do tempo de costas para o palco e voltada para sua beleza, do por do sol à preparação para a madrugada. Só isso para não me fazer reclamar por 6 horas dos absurdos ali reunidos. Todas as imagens abaixo são de minha autoria.





















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