terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Salvem o basquete potiguar

Ontem ABC e América se enfrentaram pela 3.ª e última partida da série semifinal do estadual masculino de basquete. Público empolgado - como sempre é característico da modalidade - lá no Palácio dos Esportes. Jogo com emoção, como se espera de um clássico. Mas um descaso com a modalidade de partir o coração de quem tem o basquete na alma.

Como se faz um jogo em pleno 2018 sem cronometragem do tempo de ataque de cada equipe? Aliás, problemas de cronometragem não faltaram. O pessoal da mesa parecia não estar muito atento aos momentos em que o cronômetro do placar deveria ser pausado/disparado. 

No fim do jogo, faltando 2 segundos, uma marcação de falta para o ABC só levou à pausa da passagem do tempo 1 segundo depois, um problema que já acontecera no 1.º período, quando uma última falta para o América terminou seus lances arremessados sem qualquer chance de rebote porque o cronômetro não fora pausado no momento exato.

O último arremesso do ABC no fim do 2.º período foi feito após o estouro do tempo, mas nada da mesa apitar o fim do tempo. Logo, a cesta valeu.

Houve um momento no último tempo em que eu tive que gritar "Dispara o tempo!" para a mesa porque o jogo rolara com ataque e contra-ataque sem que o cronômetro oficial marcasse a passagem do tempo.  É muito descaso!

Até enxugar a quadra virou função da arbitragem, fora a luta para achar um pano e, depois, um rodo. Não me admira que o trio estivesse perdidinho em vários momentos do jogo e tenha permitido um show particular do jogador Rubinho do ABC, que aproveitou aquele arremesso depois do estouro do tempo, para peitar um jogador do América. A falta técnica só chegou para ele já no período seguinte após grande chilique. A arbitragem só teve coragem de o desqualificar mandando o coitado do Wescley do América junto, que deve estar sem entender até agora por que saiu do jogo. Mas eu explico para ele: é a famosa lei da compensação que ocorre em jogos decisivos quando a arbitragem percebe que perdeu a mão e acha que a coisa tende a piorar. Houvesse dado a técnica no primeiro chilique, certamente ambos teriam continuado em quadra até o fim da partida.

Sobre o nível técnico, o (não) aproveitamento de lances livres me deixou horrorizada, especialmente em relação ao América, que foi muito pior que o ABC, que também não foi grande coisa. Lance livre é fundamento número 1 dos arremessos num jogo. Sempre do mesmo canto, sem interferência da marcação e sem passagem do tempo. Tudo fica parado esperando aquele momento exclusivo do atleta e sua mecânica de arremesso. Quem treina mesmo pode ser vendado neste momento que acerta a maioria dos lances. Não foi o que se viu ontem. Arrisco dizer que o América, por exemplo, não deve ter chegado nem a 40% de acertos.

Para fechar a patacoada, ninguém sabe dizer quando uma partida será disputada, qual o placar do jogo anterior, quais campeonatos estão em disputa no momento. A Federação Norte-Rio-Grandense de Basquete não tem um único site ou conta em rede social que se preocupe em informar o basicão da modalidade por aqui. Como alguém pode se programar para acompanhar os jogos se não há divulgação? Só quem tem contato com os técnicos fica sabendo de alguma coisa, e ainda assim, apenas da categoria em que aquele profissional está envolvido. Triste...

Nem sei quem é o atual presidente da Federação, mas não imagino que faça um bom trabalho quem nem se preocupa em divulgar a modalidade e nem tenha acordado para o espaço de que a imprensa em geral dispõe desde setembro com as férias forçadas do futebol, monopolizador eterno da mídia esportiva.

De bom mesmo ontem a empolgação do público e a entrega dos jogadores de ambos os times, embora os do ABC tenham que ser aplaudidos de pé pelos 110% postos em quadra. 

Resta o meu apelo quase de joelhos: salvem o basquete potiguar!

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