A crise traz oportunidades que costumam separar os verdadeiros empreendedores dos que apenas tentam. Não seria diferente no futebol.
Há tempos eu afirmo que o futuro do marketing dos clubes está nos canais de relacionamento com a torcida via internet.
O América saiu muito na frente. O trabalho que Canindé Pereira tem desenvolvido à frente da TV Mecão permite ao clube um relacionamento sólido com sua torcida e, principalmente, muita visibilidade para o próprio clube e seus patrocinadores.
Hoje o mundo esportivo foi surpreendido com o anúncio do fim dos canais Esporte Interativo que transmitiam tanto o Campeonato Potiguar como as Séries C e D e a Copa do Nordeste, para destacar apenas as competições que davam visibilidade maior aos clubes potiguares. E é exatamente aqui que o América tem a faca e o queijo na mão para dar o verdadeiro pulo do gato, com perdão dos clichês.
O clube tem agora à sua disposição um vasto mercado para a sua TV Mecão, nos mesmos moldes (logicamente dentro das devidas proporções) do que fazem Real Madrid e Barcelona, gerando as imagens de seus próprios jogos e agregando valor ao clube com sua (grande) audiência.
Cotas de patrocínio comercializadas especificamente para as transmissões via internet, possibilidade de desenvolvimento de aplicativo que contenha algumas transmissões abertas e outras especiais para assinantes (o EI Plus, por exemplo, custa R$ 9,90/mês) e /ou sócios, venda dos direitos de retransmissão para outras emissoras... As possibilidades são infinitas. Melhor: o clube já tem profissional completo para colocar as imagens no ar e produzir conteúdo de qualidade. Mais: segundo consta, enfim o América providenciou a geração de imagens em HD, o que o coloca em novo patamar dentre seus pares.
Essa é a hora de investir maciçamente na TV Mecão. E uma vez que o clube se prepara para inaugurar sua Arena e apresenta planejamento que parece, enfim, apontar para o caminho certo, é possível enxergar capacidade exponencial de retorno desse investimento, o que de fato colocaria o Orgulho do RN em uma nova categoria financeira no futebol nordestino, e bem antes que o futebol brasileiro como um todo acorde para essa nova realidade.
Poucas vezes um cavalo tão selado esteve se oferecendo tanto ao América. Convém montar e apressar o passo do crescimento para que os dias atuais sejam apenas lembrança de um passado que nada mais terá a ver com um novo América, cujas rendas não mais dependerão do público na arquibancada.
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