domingo, 19 de novembro de 2017

Por portaria

Quando a gente pensa que já viu de tudo nesta vida, algo surge para provar o contrário.

Na edição deste domingo da Tribuna, há uma entrevista no caderno Esportes com o presidente da comissão eleitoral do ABC Alexandre Pinto. Lá para as tantas, ao ser perguntado pelo repórter Vicente Estevam se a melhor solução para o ABC não seria uma junta governativa, Alexandre revelou o seguinte, conforme publicado:

"Precisamos eleger logo um presidente por que estamos vivendo uma questão de ordem legal. Na vacância do cargo de presidente, normalmente quem assume o comando do clube é o presidente do Conselho Deliberativo, coisa que Cláudio Emerenciano está impedido de fazer por ser membro do Ministério Público, que não permite a ele assumir esse tipo de função. Então ele delegou, através de portaria, que Paulo Tarcísio continuasse desempenhando o papel que seria o de presidente. Para o bem do próprio ABC é melhor que essa eleição seja realizada logo, que é para dar ao novo presidente o poder de comando e a legitimidade necessária ao desempenho do cargo."

Nunca ouvi falar que a presidência de um clube pudesse ser delegada por meio de portaria. E até onde sei, a vacância da presidência automaticamente investe no cargo quem está na linha sucessória, o que inclui, com a saída do vice, o presidente do CD, a menos que ele tenha pedido uma licença ou renunciado ANTES da vacância.

Obviamente opino sem conhecer a fundo o estatuto do ABC.

Mas esse arranjo me parece ilegal e pode prejudicar não apenas o ABC, mas o próprio presidente do CD. 

De todo jeito, delegação de uma presidência, e ainda mais por portaria, é coisa que nunca imaginei ver. 

Taí uma coisa da qual jamais poderemos reclamar no futebol brasileiro, especialmente o do Rio Grande do Norte: falta de criatividade dos dirigentes.

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