quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Olhos da Justiça



Há tempos eu não assistia a um filme tão tenso! Olhos da Justiça (Secret in Their Eyes) me fez roer as unhas como se fosse um jogo decisivo de campeonato.

A sessão foi às 22h05, mas o cansaço não apareceu um só segundo do filme, que conta com magníficas atuações de Julia Roberts (sua transformação psicológica no desenrolar da estória é formidável!), Nicole Kidman e Chiwetel Ejiofor, para citar apenas os principais. Mas ninguém escorrega na atuação. 

Acho que o filme tinha pano para as mangas para durar mais do que 1h40 e algumas cenas, especialmente no início, parecem ter sido encurtadas ou adicionadas apenas para que o filme fosse diminuído sem que a audiência se perdesse. Mas nada que deponha contra o poder da estória.

Como disse, é muita tensão reunida. É a tensão sexual da paixão reprimida; a tensão da vingança reprimida; a tensão do sentimento de culpa reprimida. É um suspense puramente psicológico. Sente-se a carga dos personagens; não se teme a violência, que nem aparece, para ser sincera.

Olhos da Justiça é um remake de um filme argentino vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2009. Ele conta a história de uma mãe policial do FBI, que investiga terrorismo, e numa localização de corpo, descobre que a vítima descartada numa lata de lixo é a sua filha. As tensões que a partir daí envolvem os personagens são de matar gente ansiosa como eu.

Segundo o diretor Billy Ray ao G1, a diferença do seu filme para o do diretor argentino é que este "contou essa história de amor muito literal e eu acho que estamos fazendo esse filme muito mais de suspense. Nós estamos fazendo esse filme muito intenso sobre o custo da obsessão".

O filme não segue um corte linear e só orienta o espectador no início, na primeira vez em que vai mostrar o que ocorrera 13 anos atrás. Em seguida, ele vai jogando o antes e depois apenas com a mudança dos personagens, o que achei muito legal.

Seja pela tensão, seja pelo show dos atores, com destaque para Julia Roberts e Nicole Kidman, Olhos da Justiça vale uma ida à sessão das 22h no Cinépolis. 

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