quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Estabilidade é a chave

É claro que há muitos fatores que influenciam na montagem de um elenco para uma temporada. Mas sai na frente quem consegue manter o máximo possível de sua estrutura. Comissão técnica, por exemplo, é primordial. O futebol brasileiro já dá alguns exemplos aqui e ali. O melhor deles talvez seja o Luverdense, que mantém Júnior Rocha desde 2013. Sabe exatamente como quer jogar e o que esperar. O que vier acima disso é lucro. Não há desespero com certos resultados. 

Essa é a chave: estabilidade. É preciso reconhecer até onde pode chegar seu elenco. É preciso reconhecer que uma comissão técnica tende a evoluir com a continuidade. A passagem do tempo traz o devido conhecimento de cada jogador do elenco. Assim, traçar cortes e contratações para melhora ou mesmo manutenção do nível do elenco torna-se mais simples a cada dia que passa. Os jogadores também já sabem qual o esquema tático predominante. Mais: sabem que o técnico permanece; quem sai são as ervas daninhas, um verdadeiro mantra para o sucesso no futebol.

Não se pode deixar de reconhecer que o orçamento também é fundamental. Mas aí é que está: quanto mais estabilidade, mais controle orçamentário. 

Neste ano, por exemplo, o América viveu certos dias de impaciência, tanto da torcida, como do treinador e da diretoria com alguns jogadores. Considerando-se apenas o desempenho em campo, já que nada foi divulgado a respeito de indisciplina, o lateral esquerdo Magalhães, por exemplo, deve ter atuado apenas em 3 jogos. A paciência tida com Busatto (um tanto quanto longa para os resultados, embora, entre ser longa ou curta, é melhor que seja longa mesmo) não teve a mesma duração com um jogador que não prejudicou na mesma proporção. Um clube de orçamento apertado não pode se dar ao luxo de transformar jogos em peneirão, quando meninos têm 10 minutos para mostrar algo de diferente para os olheiros do clube, sob pena de caírem fora.

A rotatividade foi grande nas laterais sem que houvesse um jogador que de fato agradasse à maioria. Portanto, eu pergunto: valeu a pena tantas trocas? Até que ponto elas prejudicaram a condição financeira? Talvez um jogador ruim, mas estável, houvesse possibilitado um fôlego maior para contratações na hora da onça beber água. Afinal, não há elenco perfeito. Cabe aos jogadores, sob o comando do treinador, claro, se adaptarem àquela situação.

Há ainda outros obstáculos. Torcida que não gosta de clube, mas de resultados, é uma realidade no RN. Só o Flamengo merece devoção por aqui. Ingresso a R$ 200 para ver o Mengão é dádiva divina. Imperdível! Ingresso a R$ 40 para ver América ou ABC é um insulto ante a realidade financeira do povo potiguar. Mas não vou me alongar muito nesse tópico porque será tema de outro texto meu daqui a alguns dias.

Daí eu defender a permanência de quase todo mundo no América, a começar de Roberto Fernandes. Claro que haverá uma mudança política no clube e isso pode trocar a rota. O orçamento também pode impedir Roberto Fernandes de ganhar o que merece. Mas vejo sua permanência como fundamental para uma temporada de sucesso, desde que ele também esteja satisfeito com as condições de sua permanência (salário e jogadores disponíveis).

A partir de segunda-feira, a temporada 2016 do América começa a se desenhar. Para o bem ou para o mal.

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