domingo, 28 de outubro de 2018

Sem sentir


136 minutos que passam agradavelmente. Essa sensação é o que nos invade com o filme Nasce uma Estrela (A Star is Born), de dirigido por Bradley Cooper.

E que direção! Já gosto de Bradley Cooper como ator. Sempre se arrisca. Eu o conheci ainda quando atuava na TV americana. Depois que mudou o local de trabalho para Hollywood não me decepcionou. Pelo contrário, tenho em alta conta seu trabalho em O Lado Bom da Vida.

Neste filme, como ator e diretor, ele arrasou. Um personagem difícil de acertar o tom, mas ele não escorregou em momento algum. Nem nas angústias, nem no entusiasmo da paixão, nem na depressão de quem afunda a própria vida e dos que estão próximos.

De Lady Gaga, eu já esperava talento. Sim, ou alguém imagina que interpretar esse personagem que ela criou para cantar músicas pop é algo simples como comprar pão na padaria? Mas ela esteve muito bem. Convenceu na fase pré-fama do filme. Convenceu  na fase deslumbrada da fama. Convenceu na batida humana mesmo na fama. E como ver o verdadeiro rosto de Lady Gaga (ou seria Stefani Germanotta?) teve um impacto super positivo. Adorei!

O filme transcorre com leveza quando tem de ser leve e até na crueza da realidade. 

Não preciso dizer que chorei. Chorei muito. E fui acompanhada por todos que estavam na sessão. Desde Em Busca da Terra do Nunca eu não ouvia tantos soluços de quem chorava copiosamente.

Também não tenho do que reclamar. Trilha sonora na medida, atuações na medida e filmagem também na medida.

É sabido que o filme é um remake. A estória original é de 1937, com outros remakes em 1954 com Judy Garland e 1976 com Barbra Streisand.  Não vi nenhuma delas, mas o The New York Times descascou a de 1976.

Mas a versão de 2018 não tem defeitos. Desde a escolha de Lady Gaga e sua incrível metamorfose mais humana para atuar, até a decisão de close-up em várias cenas, como a dos shows, especialmente os iniciais.

Outra curiosidade é que o público de todos os shows eram reais, pois foram emprestados de festivais como o Coachella. Talvez venha daí o total convencimento passado por Nasce uma Estrela.

Recomendo e já aviso que é melhor não deixar para o próximo fim de semana porque o filme já está há um tempinho em cartaz e tudo que é bom tem fim.

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