segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Quem pensou mesmo no Brasil?

Entre candidaturas, é sempre possível escolher. Sempre. Se não escolhemos a ideal, por sua virtudes, escolhemos a possível, por ser menos prejudicial. É o que penso sobre eleições.

Nesta campanha, a candidata vista por mim como ideal era Marina Silva. Calejada por lutas as mais diversas, inclusive a ambiental, Marina nunca prometeu um Brasil lindo. Pelo contrário, afirmava ser comandante de um governo de transição, que uniria a nação novamente em torno da discussão do futuro que pretendemos sem deixar opinião alguma de lado.

Marina foi acusada, dentro do que posso publicar e que não é reflexo direto de feiíssimo preconceito, de ser fraca por não se posicionar, de esconder sua verdadeira opinião para não desagradar eleitores.

Fortes seriam Bolsonaro e Ciro, que falam o que pensam sem pesar muito as consequências. Bem, um passou a campanha a esconder o que pensa, fugiu de debates e mandou que vice, guru econômico e filhos não dessem mais piu até o fim da eleição. 

O outro viajou para o exterior em plena eleição para não ser pressionado a falar.

Na hora H, Marina desceu o malho em Bolsonaro e Haddah, mas declarou voto neste, mesmo ressaltando que estaria na oposição. É bom lembrar que Marina foi execrada pelo pessoal do PT em 2014 em atos lamentáveis quanto à ética de uma disputa.

Já Ciro... Bem, Ciro preferiu ficar em silêncio para não prejudicar seu projeto para 2022. 

Quem foi mesmo fraco e sem opinião? 

Diante de tudo o que a candidatura de Bolsonaro representava, o silêncio de Ciro Gomes o apequenou e destruiu a aparente força de quem era muito admirado por não temer expor seu pensamento. Entre o perigo atual e sua candidatura em 2022, ele não pensou duas vezes e preferiu não cerrar fileiras com gente da estirpe de Marina Silva, Joaquim Barbosa e quase toda a comunidade internacional ocidental.

A fraca falou. O forte calou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário