sábado, 7 de abril de 2018

"Revolução"

Na hora do almoço hoje, eu passava por um local com uma TV ligada num canal que transmitia discurso do ex-presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Não sei em que altura do discurso, mas Lula pronunciou o seguinte: "Eu acredito na Justiça. Se não acreditasse, iria propor uma revolução."

Revolução. Eis uma palavrinha engraçada. Denota sempre uma mudança brusca numa realidade. Deveria ser para frente, mas pode ser para trás. O engraçado, todavia, é que ela deixa claro como o dia o entendimento que alguém tem de determinados atos. 

Veja-se o exemplo do discurso de Lula. A tal revolução seria tomar o poder na marra. Ou seja, um golpe. Mas para quem empreende um golpe, nada há nele de golpe. Afinal, é uma revolução.

Quer saber se alguém é a favor da triste ditadura que se instalou no Brasil em 1964? Observe como se refere aos fatos de 31 de março e 01 de abril daquele ano. Quem é/foi a favor da tomada de poder pelos militares diz que foi uma revolução. Mas foi golpe mesmo.

Marx já dizia que a História só se repete como tragédia ou farsa. O Brasil parece ter extrema dificuldade de se livrar da repetição do padrão das tais "revoluções". Tragédia ou farsa, não importa; fica o atraso no desenvolvimento da nação. 

30 anos da nossa Constituição em 2018. Mas o jeito de fazer política por aqui voltou às claques das décadas muito anteriores a 1988. De revolução em revolução, vamos voltando no tempo. Será que ainda dá tempo de devolver isso aqui aos índios e impedir a chegada de Pedro Álvares Cabral?

Nenhum comentário:

Postar um comentário